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Maceió/Al, 28 de março de 2024

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Valderi Melo Valderi Melo
É jornalista profissional formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) desde 1994. Há mais de 20 anos escreve sobre a política alagoana.
10/01/2018 às 01:23

Todo cuidado é pouco na hora de escolher um vice

Ilustração de Aroeira retrata Temer e a ex-presidente Dilma Ilustração de Aroeira retrata Temer e a ex-presidente Dilma

As ações ocultas do hoje presidente Michel Temer quando ainda era vice da ex-presidente Dilma Rousseff para chegar ao poder, mostram claramente como é importante saber quem um candidato a cargos no Executivo – seja presidente, governador ou prefeito – vai escolher para compor a chapa como candidato a vice. Ficou claro durante todo o processo que levou ao impeachment de Dilma que Temer – seu então vice – conspirou de todas as formas para lhe tomar o cargo. E ele conseguiu, mesmo negando, mas conseguiu.

Aqui em Alagoas dois casos recentes mostram a importância de se ter um vice de confiança. O primeiro deles no município de Maribondo onde o prefeito eleito em 2016, Leopoldo Pedrosa, foi preso em junho do ano passado sob a acusação de agredir sua ex-mulher. Preso em junho de 2017, Leopoldo só foi solto no inicio de outubro do mesmo ano. Durante todo o período em que o titular esteve preso, o então vice-prefeito Sérgio Marques (Serginho) assumiu o cargo, tomou gosto e fez de tudo para continuar no posto. Não conseguiu.

O caso mais recente agora ocorreu em Mata Grande, no Alto Sertão de Alagoas. No dia 24 de dezembro, o prefeito Erivaldo de Melo Lima, Edivaldo Mandú (PP) foi preso acusado de pagar ‘mensalinho’ a vereadores do município. Mandú foi preso juntamente com o vereador Joseval Antônio da Silva (PP). No dia 31 de dezembro, uma decisão do desembargador Celyrio Adamastor Acioly determinou a soltura dos dois, mas também determinou que o prefeito ficasse afastado do cargo e monitorado por tornozeleira eletrônica.

O prefeito afastado se defende. E acusa o grupo do ex-prefeito Jacob Brandão de ter articulado a denúncia que o levou à prisão. Mandú era aliado de Jacob - de quem foi vice-prefeito - e se elegeu com o apoio do então aliado. Talvez ao chegar ao poder tenha deixado de cumprir algum acerto com o ex-aliado e por isso se diz vitima de um esquema para desestabilizar sua gestão e tirá-lo do cargo para o qual foi eleito em 2016. E o pior: o vice-prefeito Franklin Lou, tão logo assumiu o cargo, denunciou que encontrou um caos administrativo.

Pelo menos esses dois prefeitos – Leopoldo Pedrosa e Erivaldo Mandú – devem se arrepender amargamente das escolhas que fizeram para vice. Mas o pior deles [vice] na história da política brasileira com certeza será Michel Temer. Esse que não tinha votos mais nem para se eleger deputado federal por São Paulo foi guindando à condição de vice da então presidente Dilma Rousseff por duas vezes. Temer terá em sua biografia a mancha de traidor, a de um politico que jogou sujo e rasteiro para chegar ao cargo de presidente do Brasil.

Quanto aos casos em Alagoas, muitos ainda irão ocorrer com certeza. Exemplos atuais e do passado não deixam dúvidas quanto a isso. É aquela história do cara que entra pra ser vice por não ter votos para se eleger prefeito, mas tão logo assume o posto bota o ‘olho grande’ na cadeira do titular e em muitos casos fica torcendo para o ‘parceiro’ de chapa se ferrar e a vaga no comando do Executivo municipal fique livre para que o ‘traíra’ ou o ‘amigo da onça’ possa assumir.

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