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Maceió/Al, 29 de março de 2024

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Wadson Regis Wadson Regis
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.
11/08/2017 às 08:01

Fenômenos da TV correm risco de desaparecer da política em 2018

Cícero Almeida é o último remanescente dos fenômenos da TV, com mandato político. Tem um cartel invejável, mas corre o risco de desaparecer da vida pública, como seus companheiros que trilharam o caminho das urnas.

Cícero Almeida, Cristiano Matheus, Jeferson Moraes, Oscar de Melo e Wilson Júnior chegaram lá. Gernand Lopes tentou surfar na mesma onda, mas morreu na praia.

A história dos fenômenos da TV alagoana começou na década de 80, com Sabino Romariz, que se beneficiou da audiência e popularidade do programa A Vez do Povo na TV, exibido na TV Alagoas (hoje TV Ponta Verde), para se tornar o campeão de votos para deputado estadual. Foi fenômeno de um só mandato.

É de Cícero Almeida o mérito de reiniciar a trajetória dos fenômenos. Na mesma TV Alagoas, como repórter policial do então Plantão de Polícia, foi eleito vereador por Maceió nas eleições de 2000. Dois anos depois chegou à Assembleia Legislativa.

Ao estilo Mike Tyson (o fenômeno do boxe) Cicero Almeida surpreendeu a todos ao desbancar o todo poderoso João Lyra, que se rendeu e o apoiou para a fenomenal vitória contra os aliados do então governador Ronaldo Lessa e dos senadores Renan Calheiros e Teotonio Vilela. Três eleições vitoriosas em seis anos e um nocaute fulminante em 2008, quando foi reeleito prefeito de Maceió com 81,5% dos votos, o maior percentual entre os candidatos nas capitais do Brasil.

Desde 2000, quando foi eleito vereador, 2012 foi o único pleito sem a participação de Cícero Almeida. Desgastado politicamente e com ações na Justiça, o fenômeno perdeu o encanto e nem o sucessor conseguiu indicar.

Em 2014 o ex-prefeito da capital voltou às urnas sem que estivesse no mandato, o que não acontecia desde 2000. Muitos acreditavam que seria uma espécie de Enéas Carneiro e Tiririca, mas Cícero teve votação bem abaixo do esperado e só teve a confirmação da vitória no final da apuração. Por pouco não perdeu para o desconhecido Val Amélio.

Em 2016, ao aceitar o desafio de disputar a Prefeitura de Maceió com o apoio do PMDB e o bloco aliado, Cícero Almeida viu a luz vermelha ascender. Perdeu sua primeira eleição em 16 anos de vida pública e saiu ainda mais machucado.

Agora em 2017, um ano antes das eleições, Cícero Almeida anuncia que vai baixar de patente e tentar voltar à Assembleia Legislativa. Após perambular por 10 partidos, filiou-se no 'novato' PODEMOS. Não haveria legenda mais sugestiva para o intempestivo político (gente boa na vida real), mas um menino maluquinho que chegou longe demais na política.

Da turma fenomenal apenas Cícero Almeida e Cristiano Matheus devem ir às urnas em 2018. Fora da TV e sem mandato será o teste decisivo para o futuro - ou fim do ciclo - dos fenômenos que invadiram e encantaram as casas de milhares de alagoanos.

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