Colunistas

Sem julgamento, prazos podem ajudar a salvar o acusado

A Justiça tarda, mas não falha.

A Justiça tarda e é falha.

A Justiça é cega para quem não quer ver.

Ah, Justiça...

Em sendo lenta, falha e míope (quando é conveniente) eis que uma vítima (pelo menos por enquanto) dos pré-julgamentos da lei brasileira volta a sonhar com os dias fartos, no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Afastado desde 17 de agosto do ano passado, por unanimidade, na Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por indícios de favorecimento ao ex-prefeito de Joaquim Gomes, Benedito de Pontes, Cícero Amélio volta a ter esperança de retornar ao TCE, justamente pela lentidão da Justiça.

Amélio também aguarda decisão do Mandado de Segurança que está pendente de julgamento no TRF da 5ª Região, no Recife. Neste caso o questionamento do MP de Contas é quanto à indicação do então deputado estadual pela Assembleia Legislativa.

Nunca é demais lembrar que Cícero Amélio exerceu o cargo de conselheiro por oito anos. Foi eleito presidente da Corte de Contas e só está afastado do cargo pela denúncia baseada em indícios.

Ora... se todos os indícios acusatórios atribuídos a políticos e autoridades do judiciário tivessem o mesmo modus operandi não haveria quorum nas casas legislativas e em boa parte dos tribunais do país.

Não insinuo a inocência de Cícero Amélio, mas a lentidão, falhas e cegueira da Justiça realmente punem inocentes e inocentam muitos culpados Brasil afora.  

Temos situações muito parecidas e outras bem mais cabeludas envolvendo os senadores alagoanos, boa parte dos federais e outro montante na ALE.

São os pesos e medidas DESIGUAIS da Justiça.

Pela igualdade dos pesos e pelo contexto do que vem acontecendo pelo Brasil, já deve ter uma multidão de amigos dizendo: VOLTA AMÉLIO!