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Wadson Regis Wadson Regis
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.
20/10/2017 às 09:11

Não precisar temer Michel Temer; ele é um mal necessário ao Brasil

Texto é longo, mas vale a pena ir até o final.

Você sabe o que significou a Nova República para o Brasil? Aliás, você sabe o que é Nova República? Ou pelo menos já ouviu falar em Nova República

Acredito que a maioria, mais que os 77% que consideram o governo do presidente Michel Temer ruim ou péssimo, não saiba responder. Os números são da pesquisa CNI-Ibope, divulgada no final de setembro. 16% dos entrevistados avaliam a gestão como regular e 3% não sabem ou não responderam.

Mas, e como um presidente “taxado pela oposição de GOLPISTA” consegue se manter no cargo, mesmo depois de flagrado, dentro da residência oficial, sendo conivente com um dos empresários mais corruptos do país?

Simples de defender, mas muito difícil de fazer com que a maioria entenda o porquê de não precisar temer, Temer.

Explicando
Os jovens brasileiros, nascidos a partir de 1985, são os filhos da Nova República, que é o período posterior ao regime militar no Brasil. Esses e a maioria de velhos brasileiros não acompanham o desenrolar da história do país, marcada por golpes, traições e assaltos em série ao erário brasileiro.

No regime militar houve o bloqueio das liberdades fundamentais, num período marcado por perseguição aos opositores do poder, repressão e restrições.

O regime militar havia sido fruto de um golpe, após o suicídio do então presidente Getúlio Vargas. O modelo caiu porque a população, que não tinha o advento das redes sociais e nem 3% do volume de informação dos dias atuais, se deu conta da necessidade de iniciar um período novo, no país.

A eleição do mineiro Tancredo Neves, uma das vozes das Diretas Já, foi um golpe na campanha que invadiu as ruas do Brasil. Tancredo faleceu antes de assumir, mas o povo e os políticos se calaram e João Batista Figueiredo, último presidente militar, passou a faixa para o vice de TancredoJosé Sarney. Em 1985 o Brasil queria eleições diretas, mas engoliu um vice-presidente indicado pelo Congresso Nacional.

Assim nasceu a Nova República, fruto de uma série de golpes, patrocinados pelos políticos, diante do silêncio dos brasileiros.

Sarney aproximou o Brasil com a Argentina, que mais tarde resultou na formação do Mercosul. Foi no seu governo que houve a promulgação da Constituição democrática em 1988. Mas o governo falhou em todos os outros aspectos. Foi alvo de seguidas denúncias de corrupção e as constantes trocas de moeda não conseguiram conter a inflação.

Collor
Após 30 anos sem eleições diretas o ex-governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, usou o discurso da moralidade para vencer Lula, em 1989. Caiu dois anos depois, após uma série de denúncias de corrupção.

O mineiro Itamar Franco, seu vice, assumiu e deu início a um novo período dentro da Nova República. Com a inflação sufocando o país, seu governo conseguiu controlar a alta dos preços e o Plano Real, aos cuidados do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, deu início a mais um capítulo da Nova República.

Eleito presidente, indicado por Itamar, FHC governou por 8 anos e reuniu a maioria dos partidos – com exceção dos esquerdistas capitaneados pelo PT. O governo tucano garantiu a estabilidade da moeda, os primeiros programas sociais, como o Bolsa Escola, e uma enxurrada de privatizações marcaram mais um capítulo da República Nova.

Lula
Após três derrotas o líder do PT assumiu a presidência do Brasil. Do discurso contra tudo, fez tudo ao contrário. Deu seguimento aos programas sociais, privatizou e pagou a dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), duramente criticado por 12 anos de discurso oposicionista.

O governo petista, ainda que muitos petistas e afins negue, foi uma cópia atualizada da gestão tucana. Tudo era possível porque a moeda brasileira estava estabilizada. Foi assim que a política externa do governo de Lula aproximou o Brasil da África e da América Latina. Quem diria, foi justamente no governo de Lula que o Brasil extinguiu, pela primeira vez, as dívidas no plano externo. Passou de devedor a credor internacional – inclusive dos Estados Unidos.

Assim como fez Itamar, Lula estava em alta e indicou Dilma. Com a operação Lava Jato estamos conhecendo capítulos obscuros da verdadeira história do Brasil. 

Está claro que, de Sarney a Dilma o país sempre foi assaltado pelos homens que nos representam em Brasília. Se na capital federal  roubam sem limite, imagine no Sertão de Alagoas, onde até hoje falta água encanada e energia elétrica na casa do sertanejo.

Finalizando
E o que Michel Temer tem a ver com essa pequena “estória” contada aqui? FHC passou de ministro da Fazenda a presidente, porque estabilizou a economia brasileira. Vendeu parte do Brasil para poder arrecadar mais que gastar, pagar as contas e manter o país viável.

Assim como FHC, Lula manteve a economia estabilizada, maioria no Congresso, conseguiu pagar a dívida com o FMI e, só assim, teve condições de ampliar os programas sociais.

O que os políticos corruptos não contavam era que, um dia, a conta dos assaltos - desde o início da Nova República - teria que ir a julgamento popular. Quando a bomba estourou Dilma foi eleita vilã do Brasil, pelo mesmo parlamento corrupto e a mídia comprometida, tradicionalmente nas mãos de políticos - A MAIORIA ACUSADOS DE CORRUPÇÃO.

Em mais um golpe (desta vez republicano) Michel Temer assumiu o comando da nação porque era o vice, como eram Sarney e Itamar. O PT e seus afins voltaram a ser oposição após 13 anos de poder. E com o PT na oposição não há ponto positivo na situação.

Novos tempos
Com
Michel Temer no comando o Brasil está recuperando a capacidade de investimentos, a inflação sob controle, as oportunidades de trabalho em alta e milhões em emendas parlamentares sendo liberadas para todos os Estados. Se dizem que é para comprar deputados, pelo menos os recursos vão para os Estados. Com Dilma estava tudo parado.

Temer & Renan Filho
Sem comparações de condução, mas é por conta da área econômica que o Governo de Alagoas segue na contramão da crise e investindo em obras estruturantes. Alagoas é a prova de que base de sustentação de qualquer governo está na seara econômica.

E por que Temer não cai, com apenas 3% de aprovação? Porque se segura na agenda econômica. Mesmo em crise política, moral e econômica sem precedentes, o Brasil reencontrou o prumo com Michel Temer presidente.

Concordo com Temer quando ele diz que: "muitos setores da sociedade e da economia só pensam "em si ou no dia imediato" ao invés de pensar no Brasil. Na sequência, voltou a dizer que promove iniciativas populares e responsáveis, que ganharão reconhecimento mais tarde, e não populista" -  É UMA VERDADE.

O Brasil não precisa temer com Temer. O Brasil precisa mesmo é que Temer conclua seu ciclo. 

Espero que, a partir de 2018 tenhamos uma NOVA, MELHOR E MAIS PROMISSORA REPÚBLICA

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