Quando Lula assumiu a presidência da
República, em janeiro de 2003, o setor produtivo do país tinha uma série de
dúvidas de quais eram as prioridades e foco do novo governo.
Dos discursos inflamados contra o Fundo Monetário Internacional (FMI), bancos, multinacionais e boa parte do empresariado brasileiro, Lula escolheu o caminho da coalizão. Claro, era a única via para garantir a governabilidade.
No início não foi fácil e a política econômica do governo juntou ortodoxos e heterodoxos, com Luciano Coutinho e Aloízio Mercadante, de um lado, e Henrique Meireles e Francisco Dorneles, de outro. Eram os primeiros sinais de que a política econômica do governo FHC seria seguida à risca.
Mas Lula precisava chegar junto ao povão. Por isso, a agenda social foi
montada para criar benefícios e subvenções à atividade produtiva, mas, por
outro, também construiu uma extensa rede de proteção social.
Com a política externa em evidência, o FMI e os bancos como aliados, o governo de Lula teve forte
apelo na agricultura, que possibilitou a construção e execução de uma
promissora agenda do agronegócio e apoio aos movimentos sociais. Os dois
convivendo lado a lado.
É ponto pacífico que os governos do PT chegaram ao ápice do
modelo de coabitação, com liberais e
intervencionistas convivendo juntos.
Na mesma época, Alagoas sentiu os benefícios no governo de Ronaldo Lessa, quando houve um momento onde
todos os partidos tradicionais participavam da gestão.
Agora,
o Brasil se depara com sua mais severa crise financeira, política e moral, que culminou
com a prisão de alguns dos principais empresários do país, políticos presos e outros cassados e o
impeachment da presidente Dilma.
Antes de Michel Temer assumir o comando da nação, estados “independentes” como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e os vizinhos Pernambuco e Sergipe estavam à beira do caos, com salários atrasados e greves. Graças à agenda financeira, diga-se de passagem, em detrimento à agenda social, Alagoas pulou a fogueira e seguiu na contramão da crise. Tudo pelo superávit fiscal foi a decisão mais acertada para o governo de Renan Filho.
No Brasil a atual agenda de reformas
(trabalhista, previdência, gestão do estado, fiscal, etc) está voltada para o
desenvolvimento do Capitalismo Financeiro no país. Está claro que o modelo
inaugurado no Brasil, durante a nova república, ganhou corpo no governo de Lula, foi adotado com sucesso em Alagoas, por Ronaldo Lessa, mas está esgotado.
O próximo presidente e os governadores terão um difícil
período pós eleições de 2018. A agenda precisa voltar a 1996, quando FHC consolidou a moeda (real), garantindo
a capacidade de investimentos no governo Lula.
2018 prepara um novo ciclo político, mas muito mais dependente do ajuste
fiscal. É por isso que Temer não
cai, mesmo com 7% de aprovação popular. Também é por aí que Alagoas pulou a fogueira que queimou
vários estados e deixou feridos os vizinhos Pernambuco e Sergipe.
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