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Wadson Regis Wadson Regis
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.
23/10/2017 às 11:08

Modelo que aproximou Lula e Lessa do proletariado está esgotado. Com Renan Filho, Alagoas não quebrou porque fez tudo pelo superávit fiscal

Quando Lula assumiu a presidência da República, em janeiro de 2003, o setor produtivo do país tinha uma série de dúvidas de quais eram as prioridades e foco do novo governo.

Dos discursos inflamados contra o Fundo Monetário Internacional (FMI), bancos, multinacionais e boa parte do empresariado brasileiro, Lula escolheu o caminho da coalizão. Claro, era a única via para garantir a governabilidade.

No início não foi fácil e a política econômica do governo juntou ortodoxos e heterodoxos, com Luciano Coutinho e Aloízio Mercadante, de um lado, e Henrique Meireles e Francisco Dorneles, de outro. Eram os primeiros sinais de que a política econômica do governo FHC seria seguida à risca.

Mas Lula precisava chegar junto ao povão. Por isso, a agenda social foi montada para criar benefícios e subvenções à atividade produtiva, mas, por outro, também construiu uma extensa rede de proteção social.

Com a política externa em evidência, o FMI e os bancos como aliados, o governo de Lula teve forte apelo na agricultura, que possibilitou a construção e execução de uma promissora agenda do agronegócio e apoio aos movimentos sociais. Os dois convivendo lado a lado.

É ponto pacífico que os governos do PT chegaram ao ápice do modelo de coabitação, com liberais e intervencionistas convivendo juntos.

Na mesma época, Alagoas sentiu os benefícios no governo de Ronaldo Lessa, quando houve um momento onde todos os partidos tradicionais participavam da gestão.

Agora, o Brasil se depara com sua mais severa crise financeira, política e moral, que culminou com a prisão de alguns dos principais empresários do país, políticos presos e outros cassados e o impeachment da presidente Dilma.

Antes de Michel Temer assumir o comando da nação, estados “independentes” como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e os vizinhos Pernambuco e Sergipe estavam à beira do caos, com salários atrasados e greves. Graças à agenda financeira, diga-se de passagem, em detrimento à agenda social, Alagoas pulou a fogueira e seguiu na contramão da crise. Tudo pelo superávit fiscal foi a decisão mais acertada para o governo de Renan Filho

No Brasil a atual agenda de reformas (trabalhista, previdência, gestão do estado, fiscal, etc) está voltada para o desenvolvimento do Capitalismo Financeiro no país. Está claro que o modelo inaugurado no Brasil, durante a nova república, ganhou corpo no governo de Lula, foi adotado com sucesso em Alagoas, por Ronaldo Lessa, mas está esgotado.

O próximo presidente e os governadores terão um difícil período pós eleições de 2018. A agenda precisa voltar a 1996, quando FHC consolidou a moeda (real), garantindo a capacidade de investimentos no governo Lula.

2018 prepara um novo ciclo político, mas muito mais dependente do ajuste fiscal. É por isso que Temer não cai, mesmo com 7% de aprovação popular. Também é por aí que Alagoas pulou a fogueira que queimou vários estados e deixou feridos os vizinhos Pernambuco e Sergipe

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