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Wadson Regis Wadson Regis
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.
16/04/2018 às 09:20

Em política às vezes é preciso perder para aprender e sobreviver

Desde 1990, quando perdeu o Governo do Estado para Geraldo Bulhões, que Renan Calheiros não sabe o que é ficar fora do mandato. Aquela derrota foi tão brutal que o senador arregala os olhos quando alguém lembra. Mas foi a partir dali que Renan aprendeu, como ninguém, o caminho das pedras. Aprendeu tanto que não larga a marca de governista, seja quem for o presidente. Michel Temer é uma exceção porque é preciso que em algum momento haja exceção.

Em 1990 apostar na vitória de Renan era pule de 10. Só que do outro lado havia um tal de Fernando Collor de Mello, com juventude, força, poderio e discurso. Renan perdeu para a máquina de moer gente: o dinheiro. Perdeu, adoeceu, ficou no isolamento, viu ‘amigos’ desaparecerem, mas não desistiu. A derrota (oficial) de Renan Calheiros, em 1990, o transformou num vitorioso.

As lições
A política de Alagoas é emblemática desde a proclamação da república, com Deodoro da Fonseca, depois com a consolidação da mesma, com Floriano Peixoto, após a renúncia de Deodoro. Depois o Brasil conheceu Teotônio Vilela, o Menestrel das Alagoas, Fernando Collor, primeiro presidente eleito pelo voto popular após o regime militar e segue com Renan, único senador a presidir o Congresso Nacional por quatro vezes. Dos nomes citados apenas Collor, aos 68 anos de idade, e Renan, 62, vivem da política.  Junta-se a eles Bendito de Lira, com 76 anos de idade e meio século de vida pública. Talvez, pelo que acontecer em outubro, o trio tenha só mais esta eleição. O final da trajetória política pode ser no auge do mandato ou no anonimato pós vida pública.

Independente do resultado das eleições, novos nomes estão num momento crucial, mas metade deles se apequena diante dos desafios. De um lado JHC, alicerçado pelas mídias sociais, abdicou da disputa ao Governo ou Senado pela fraqueza dos princípios ideológicos. Rodrigo Cunha, que estuda a possibilidade de disputar o Governo tem em mãos números que o colocam com chance de vitória ao Senado e ao Governo. Do outro lado dois deputados federais, ex-ministros, parecem mais prontos para permanecer por mais tempo na política. Marx Beltrão é o que ganhou mais maturidade e independência. Com forte base eleitoral vai tentar tudo por uma vaga no Senado. O outro é Maurício Quintella, que trocou de lado apostando em possibilidades.

Não é possível falar em favoritismo quando não se sabe qual é o jogo a ser jogado. Mas os novos protagonistas da política alagoana precisam aprender com as próprias dores que o ostracismo político é um câncer que tira até os mais próximos de perto.

Sim, na política o feio é perder, mas a ‘auto’ covardia é muito pior.  

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