A candidatura de Fernando Collor ao governo representa
uma conquista pessoal (e única) do deputado Arthur Lira. Foi o principal
articulador nacional do PP quem convenceu Collor a mudar a decisão de não
disputar. Poucos sabem – e publiquei aqui – que o ex-presidente da república
havia avisado aos mais próximos que não disputaria o pleito porque o foco
inicial era a presidência e sem partidos de expressão não teria tempo na
propaganda eleitoral.
Foi aí que Arthur e Benedito de Lira entraram na jogada. Antes da conversa com Collor consultaram Rui Palmeira, presidente do PSDB, para saber se Rodrigo Cunha toparia enfrentar Renan Filho. Rui disse que Rodrigo estava decidido a disputar o Senado. Era o que os líderes do PP precisavam para mudar a estratégia.
Gota d’ água
Bem informado, como sempre, Renan Calheiros descobriu a movimentação dos De Lira
e agendou reunião com Collor minutos antes do encontro dos líderes do PP, com
Collor, em seu gabinete. Renan jogou tudo, mas não conseguiu atender as
solicitações de Collor, que o avisou: estou fora da disputa, mas terei uma
conversa ainda hoje para definir as coisas. Dependendo, Renan, serei candidato das oposições”.
Minutos após a saída de Renan, entraram no escritório de Collor os De Lira. A conversa foi longa e Arthur saiu com 15 tarefas para cumprir. No mesmo dia (quarta-feira passada) Arthur conseguiu atender 12. O novo protagonista da eleição surpreendeu e costurou toda estratégia com a executiva nacional do PSDB.
Arthur mostrou amadurecimento quando enfrentou Teotonio Vilela, em Brasília. Em reunião com o presidenciável Geraldo Alckmin e o presidente do PP, Ciro Nogueira, Artur ameaçou implodir a relação com os tucanos e contou com o aval do líder do PP.
Neste momento o PSDB começou uma luta interna para convencer Rodrigo Cunha a disputar o governo. Pouca gente sabe, mas Rui e Teotonio, principal guru de Rodrigo, tentaram convencer Rodrigo a mudar a estratégia para enfrentar Renan Filho, mas o tucano mostrou que se preparou para o embate ao Senado e foi aí que Arthur deu o xeque mate: “O PSDB precisa apresentar um candidato que já comece competitivo. Pode ser Teotonio ou Rodrigo. Do contrário, o Collor está à disposição, com garra e determinação”.
Os tucanos continuaram batendo cabeça e não tiveram outra opção, porque o adversário do PP, PDSB e de Collor passou a ser o mesmo: o MDB.
Collor é candidato competitivo porque uma série de equívocos convergiu. Erraram os tucanos e o MDB.
Agora é esperar as primeiras duas pesquisas para sabermos a verdade do pleito.
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