Bode expiatório é uma
expressão usada para definir uma pessoa sobre a qual recaem as culpas alheias.
E é exatamente o que está acontecendo com Olavo Calheiros, na desgastante
corrida pela presidência da Assembleia Legislativa.
E porque defendo esta tese? Desde que Renan Filho assumiu a cadeira de governador Olavo tem sido o “Chapolin Colorado” para os deputados estaduais, prefeitos e aliados, quando não conseguiam as barganhas com o governador.
Até o final do primeiro mandato era assim: Se você tem um problema de interlocução com o governador - ou não conseguiu o espaço que desejava – perguntava – E AGORA, QUEM PODERÁ ME SALVAR? Era fácil: ELE, OLAVO CALHEIROS, chamado de Primeiro-Tio, Mentor e tido como o único a quem Renan Filho até então ouvia.
Não é mistério para ninguém a reclamação generalizada da “Turma da Assembleia”, tão acostumada com a enxurrada de cargos, até que Renan Filho desse o freio de arrumação necessário, para que o ajuste fiscal que salvou Alagoas da crise econômica fosse eficiente.
Há três pontos determinantes na eleição da ALE:
1º - É fato que até a reeleição de Renan Filho apenas Bruno Toledo e os novatos Davi Maia e Cabo Bebeto não faziam parte do bloco governista.
2º - É fato que a maioria dos deputados estaduais se queixava pela falta de espaços (com cargos, como de costume) na estrutura do Estado.
3º - É fato que Olavo sempre foi a única ponte direta entre os parlamentares e Renan Filho. Todos sabem que os poucos que ousaram comentar com o governador ter falado com o senador Renan levavam um gancho que os deixava tonto até o mês seguinte.
Portanto, só há duas possibilidades para o linchamento interno a Olavo:
1º - A turma que não conseguiu os espaços desejados o tem como culpado;
2º - Ou... a mais provável: como alguém tem que pagar o pato e a primeira oportunidade é a eleição da ALE, ninguém melhor para ser crucificado que aquele que era procurado para salvá-los. Defendo que o item 2 seja o real motivo.
Renan sempre cerebral
Quando procurado para
as barganhas, alegando dificuldade para o pleito junto ao governador, o senador
Renan tinha a resposta pronta e
imediata: “O governador é diferente. Vamos ter calma”.
Toda assembleia e todos os aliados sabem que Olavo passou meses a 100km de distância do governador, justamente porque dizia que os aliados não podem ter o mesmo tratamento que os adversários. A família Pereira era o melhor exemplo.
Olavo é o bode expiatório ideal para a turma da Assembleia, mas talvez não saibam que Renan Filho, como diz o senador Renan: “é diferente”.
Se essa diferença não agrada a turma da Assembleia, quem há de afirmar que não houve o devido diálogo político entre o Executivo e o Legislativo?
A situação está chegando ao limite máximo da prudência. Quem for contra a indicação do governador será considerado oposição a Renan Filho. E ponto final. Se estão ou não com a razão, já não poderão mais contar com Olavo, o único terapeuta da promíscua relação.
A eleição
Do jeito
que está desenhada não representa o bom combate, como disse o prefeito
de Teotônio Vilela (novamente oposição) Joãozinho
Pereira. Por falar nele, a birra com o governador não tem nada a ver com a eleição
na ALE, mas com a AMA. Ele diz que o governador prometeu apoiar sua irmã, Pauline Pereira, prefeita de Campo
Alegre, mas Hugo Wanderely trabalha
(com o aval de Renan Filho) para
permanecer na associação.
Cargos e funções em nome da governabilidade; dificuldade no relacionamento político e falta de diálogo entre os lados são os frutos da plantação de tempestade entre a maioria dos deputados e o governador.
E por que Marcelo Victor foi o escolhido? Porque tem um imbróglio com Olavo, é destemido e os deputados dizem: cumpre com o combinado.
Esse é o jogo (sem regra) .
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