Sentindo as primeiras dificuldades à frente do Governo de
Alagoas, Renan Filho terá que mostrar, num curto espaço de tempo, que adquiriu
maturidade para resolver os próprios desafios.
Na seara eleitoral a situação também começa a apertar. Nos próximos dias nomes do MDB deixarão a sigla por conta das disputas nos municípios. Durante décadas, Renan Calheiros conseguiu fechar os olhos para os embates e sair bem na fotografia.
Até 2016 era assim: onde tinha aliados disputando, Renan não pisava lá.
Tudo indica que a turma fiel ao senador cansou – ou acordou. Com Renan em baixa no cenário nacional e Renan Filho sem reconhecer a tropa, a debandada do MDB é tida como natural e em nome da sobrevivência dos velhos soldados (ignorados pelo novo general).
Desafios
Em Maceió os Renan’s já sabem que perderam o time (tradução do inglês para "tempo", mas pode ser time de equipe mesmo) para indicar um
candidato com o DNA 15. Conhecendo um pouco do estilo Renan, o MDB deve
pender para o lado mais forte e espalhar o discurso de que fez ou foi decisivo
na vitória. O problema é que as pontes construídas por Renan, ao longo de décadas,
estão sendo destruídas por Renan Filho.
Em Arapiraca Ricardo Nezinho já confirmou que vai disputar a Prefeitura. Filiado ao MDB, ainda pode enfrentar a disputa interna com o vice-governador Luciano Barbosa. Neste caso seria um racha no partido, porque o deputado estadual já definiu que não abre mão da revanche nas urnas, mesmo que não seja contra Rogério Teófilo.
Assim como acontece na capital, Renan Filho teve tempo e prestígio popular para montar seu exército, mas o jogo coletivo não é seu forte. Pelo mesmo erro estratégico não há mais como adquirir a confiança dos iguais.
Para se ter uma ideia do tamanho do erro de Renan Filho, grupos adversários em Arapiraca já articulam uma composição para manter o MDB fora do comando da Capital do Agreste. A missão não é aniquilar Ricardo Nezinho, mas mostrar ao governador que política não se faz sozinho.
Pulo do gato
Pouca gente sabe, mas o plano B do governador, em caso de derrota para o
Senado, em 2022, é uma assessoria num órgão internacional, que já vem sendo
articulada. Pelo andar da carruagem política do MDB, a carreira internacional segue a passos longos para ser a única opção do nosso bom governador.
Mas, aí... é outra história (apenas parafraseando o colega Edivaldo Júnior).
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