Manoel Gomes de Barros, o Mano, assumiu o governo após a
renúncia de Divaldo Suruagy, em julho de 1997. Era o pior momento do Estado, com salários em
atraso, suicídios, homicídios, crimes de mando e nenhuma capacidade de
investimento. O final trágico de um líder político carismático, que respirava
política. Divaldo Suruagy governou Alagoas por três
vezes: 1975 a 1978, 1983 a 1986 e 1995 a 1997. Era experiente e sucumbiu
vítima de uma traição generalizada que inviabilizou o estado e tirou do poder o
até então grande nome da política alagoana.
Mano assumiu com o estado esfacelado. Em menos de 18 meses promoveu o Programa de Desligamento Voluntário (PDV) dos servidores públicos estaduais, colocou os salários em dia, diminuiu drasticamente o número de homicídios e seu governo desbaratou a gangue fardada, grupo criminoso composto por policiais militares.
O resultado foi que Mano, político de pulso firme (do tipo coronel), chegou para a reeleição com a gestão aprovada por mais de 70% dos alagoanos. Tinha a seu lado mais de 70% do PIB político estadual, mas o vitorioso foi Ronaldo Lessa, que vinha de uma ótima administração na prefeitura de Maceió. Mano era o favorito, pelo composto da obra, mas sua aprovação e o capital político não foram suficientes. Depois da derrota, Mano tentou retornar à Prefeitura de União, com o apoio do então prefeito Kil de Freitas, o governador Teotonio Vilela e o vice Thomaz Nonô, os senadores Renan Calheiros e Biu de Lira, 8 deputados federais e 25 estaduais. Perdeu para o médico Beto Baía.
O fenômeno da capital
Dos famosos programas policiais viraram político Cristiano Matheus, Jeferson
Moraes, Oscar de Melo e Wilson Junior. Todos na onda gerada por Cícero Almeida,
que vinha de vitórias seguidas para vereador da capital, deputado estadual e prefeito
de Maceió, com a maior aprovação já vista. Na reeleição humilhou a todos e venceu o "resto do mundo" com 81% dos votos válidos.
Em 2010 o prefeito perdeu o bonde, deixou o cavalo passar selado e ele mesmo se traiu, quando se acovardou a seguir quebrando paradigmas. Disputou a eleição para deputado federal, em 2014, com a expectativa geral de bater recordes de votos. Venceu no apagar das luzes, com votação pífia para seu potencial e recall dos mandatos aprovados na capital. Em 2018 retrocedeu ainda mais e foi humilhado nas urnas, principalmente com votação vexaminosa em Maceió.
Onde estão Mano e Cícero Almeida AGORA?
- Mano segue trabalhando diuturnamente para encerrar a carreira como prefeito de União dos Palmares, onde iniciou sua vida política na década de 70. Não é fácil.
- Almeida também quer ressurgir por onde começou, em 2000. Será candidato a vereador em Maceió. Muitos não acreditam. Ele não desiste.
Moral da história
Ter a gestão bem avaliada “ajuda” e “atrapalha”. É muito mais complicado quando
o aliado ganha perdendo. Entendeu, Renan Filho? Sacou, Rui Palmeira?
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