Se álcool e direção não combinam,
água e óleo não se misturam, agora o Supremo Tribunal Federal
acabou de separar o joio do trigo, abrindo a maior crise
institucional desde o fim da Ditadura Militar. Os 'homens da lei' já
haviam dado sinais de bandeira vermelha (guerra), com a prisão do
petista Delcídio Amaral, que acabou cassado no Senado.
Transcrevi aqui, num post anterior, o depoimento do deputado federal Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS), que disse em alto e bom som, na Câmara:
“Será
que só o Sergio Moro viu a corrupção?”
“Será que o judiciário não sabia que tinha corrupção?”.
“Se todos os juízes fossem dedicados e honestos neste ponto, nós chegaríamos até esse ponto?
“Será que se todos os promotores fossem honestos e dedicados como os da Lava-Jato a corrupção chegaria no Brasil a esse ponto?”.
“O CNJ já provou que é comparsa da corrupção interna do judiciário e do Ministério Público”.
“Juiz e promotor no Brasil ganham dinheiro ilegal sem previsão de lei, porque ministro do STF decidiu. Não tem lei, mas tem que ganhar”.
Também ouvimos nesta semana o ministro Gilmar Mendes pedir o impeachment do colega Marco Aurélio Melo. Por que será?
Há uma crise generalizada entre os
poderes e a culpa não é só de Renan Calheiros.
O Brasil pede
socorro há muito tempo e a culpa não é só de Lula.
O golpe no
País da corrupção não foi de Michel Temer.
O problema é que há um erro estratégico no planejamento e nas punições para quem vira fora da lei.
O pobre rouba e vai preso;
O rico
rouba, vai preso, paga fiança e sai com um habeas corpus;
Um político não pode ser preso porque
tem foro privilegiado;
Um juiz, desembargador ou ministro, nem vai
preso e se aposenta com salário integral.
É assim que funciona o Brasil.
A polícia - marginalizada em nível nacional - é mau paga, mas prende;
O delegado faz o inquérito como quer;
O advogado, quando 'chegado' de algum juiz consegue soltar.
A violência está à solta nos quatro cantos do País. Por aqui ainda se mata muito, por muito pouco, mas estamos pulando a fogueira.
Tenho tentado, dentro do limite de alcance deste blog, mostrar que é preciso valorizar o que funciona e fazer reverência aos que honram seus ofícios.
Na política, o médico Pery foi um pássaro que passou pela Viçosa e deixou uma semente plantada, mas quis o povo que Flaubert Torres Filho voltasse a comandar o município para disseminá-la.
Na Justiça alagoana abraço o juiz Jerônimo Roberto, para cumprimentar os magistrados que fazem justiça sem olhar a quem.
No serviço público tenho batido na tecla da Lei Seca e cumprimento o servidor Sergio Ronaldo, em nome de toda equipe, que tem tirado de circulação bandidos e marginais pretos, brancos, pobres, ricos, policiais - civis, militares e federais -, políticos e autoridades da Justiça.
Se Alagoas tem jeito, amigo (a), o Brasil tem futuro. Só ir às ruas para cobrar não resolve, temos que olhar para o próprio rabo e ter coragem para atirar a primeira pedra.
Há uma crise, sim, e era preciso separar o joio do trigo para que uma nova página seja virada.
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