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Maceió/Al, 29 de março de 2024

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Wadson Regis Wadson Regis
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.
30/05/2019 às 09:12

Ronaldo Lessa vem aí, mais uma vez como terceira via

JHC não quer ser candidato a prefeito de Maceió. A verdade dos fatos é que o fiador, nos bastidores, tem sido o bem articulado, intempestivo e sem credibilidade política nenhuma, João Caldas da Silva, mentor dos primeiros passos políticos e criador da sigla JHC.

Alfredo Gaspar de Mendonça quer (D+) iniciar um novo ciclo em sua vida e a Prefeitura de Maceió é sua meta. Para manter a credibilidade e austeridade de homem probo, fiscal do povo e caça-corruptos, não pode dividir o palanque com o senador Renan Calheiros. Consequentemente, a aliança com o MDB só será possível se houver um consórcio, também envolvendo Rui Palmeira, Rodrigo Cunha e JHC. Como o governador e o prefeito da capital não têm e não terão nomes para chamar de seus, o procurador-geral de justiça é a única peça que pode evitar mais um confronto entre os filhos de Renan e Guilherme. Resta saber se os "Menudos" aceitam. 

É aí onde entra Ronaldo Lessa, um azarão que mudou a história recente da política alagoana. Limitando-se ao pleito de 1992, Ronaldo era vereador da capital e sabia das dificuldades para se manter na Câmara. Para evitar o vexame nas urnas, tentou ser o vice de Teotonio Vilela Filho, então senador em primeiro mandato e candidato a prefeito da capital. A composição não via em Ronaldo um nome com peso, já que o adversário de Teotonio era Zé Bernardes, apoiado pelo governador Geraldo Bulhões, o prefeito Pedro Vieira e os senadores Divaldo Suruagy e Guilherme Palmeira, entre outras lideranças da época. O grande nome de apoio a Teotonio era Renan Calheiros, então deputado federal. Com Ronaldo só os nanicos da esquerda, entre eles o PT. Foi naquele pleito que a enfermeira Heloísa Helena nasceu para a política. E olhe que foi a terceira opção do Partido dos Trabalhadores. A primeira foi o jornalista Ricardo Coelho, mas Ronaldo não aceitou por ser “muito chato”. A segunda foi Judson Cabral, que seguiu para a Câmara. Heloísa entrou bancada por Ronaldo.

A nuvem mudou e Ronaldo ganhou
O deputado estadual Zé Bernardes, apoiado pelos principais nomes da política alagoana era o favorito, mas teve uma série de problemas no meio da campanha. O fator decisivo foi o impeachment do presidente Fernando Collor, que também o apoiava. Nas urnas a surpresa se revelou, com Zé Bernardes em primeiro e Ronaldo em segundo. A grande zebra do pleito de 1992 acabou desbancando o senador, ainda com o recall de ser filho do Menestrel das Alagoas.

No segundo turno Ronaldo venceu Zé Bernardes. Deixando de lado as complicações com Heloísa Helena, foi um bom prefeito, fez Katia Born sucessora, venceu e foi reeleito governador. Não há como negar que estamos falando de um grande nome da política estadual, fiel com seu grupo e querido pelo servidor público. Se não fosse a birra entre ele e Katia, com a equivocada indicação (bancada pela então prefeita) de Alberto Sextafeira, que culminou com a vitória de Cícero Almeida, a história da política alagoana seria bem diferente. Talvez, hoje, não tivéssemos Renan Calheiros e Fernando Collor no Senado, por exemplo. Entre outras alterações.

A roda girou
Ronaldo é um político instável, com perfil temperamental, mas muito bem avaliado quando gestor da capital e do Estado. O erro nas eleições de 2004 e o imbróglio com a justiça o puniram. As novas alianças para voltar a ter o mandato o rebaixaram ainda mais, o massacrando com seguidas derrotas para governo do Estado e a Prefeitura de Maceió. A vitória para deputado federal, em 2014, foi o último sinal de que Ronaldo já não figurava entre os protagonistas. A pá de cal foi dada com mais uma série de erros de avaliação e indução. Deixou o bloco liderado por Rui Palmeira pelos encantos do MDB. Era derrota cantada e consumada nas urnas.

Agora, sem mandato e sufocado numa secretaria que ele não entende absolutamente nada, ainda tem que aguentar os caprichos de Renan Filho. No limite da sobrevivência política Ronaldo Lessa, aos 70 anos de idade, pode figurar, definitivamente, na galeria dos “EX”. Só que parte do seu grupo tenta reanima-lo e ele não dá sinais de se entregar. Por isso, me garante uma fonte com cordão umbilical ao ex-vereador, ex-prefeito, ex-deputado estadual, ex-deputado federal e ex-governador: “Ronaldo será candidato a prefeito com ou sem o apoio das estruturas”. E ele tem razão: de todos os possíveis nomes ninguém tem mais capital político que Ronaldo. Seu principal desafio é não errar – MAIS UMA VEZ – o caminho.

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