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12/07/2019 às 14:13

Casca da macaxeira pode servir de base para produção de energia

José Mendes, mestre em Engenharia Química na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). José Mendes, mestre em Engenharia Química na Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Pedro Ivon - estagiário de Jornalismo

Você já ouviu falar da Manihot esculenta? O nome científico refere-se a um dos alimentos energéticos mais populares do Brasil, a mandioca ou macaxeira. Apesar de ser tratada comumente como um simples alimento, recentemente sua casca tem sido utilizada para a produção de biohidrogênio e bioetanol. A ação é resultado do trabalho Produção de biohidrogênio e bioetanol a partir da casca da mandioca (Manihot esculenta), do professor Eduardo Amorim e da dissertação de seu orientando, José Mendes, mestrando em Engenharia Química na Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Segundo José, a ideia da pesquisa surgiu de uma reunião com seu orientador, que já vinha desenvolvendo trabalhos na área. “Aliando seu conhecimento técnico à realidade da imensa produção de resíduos provenientes do processamento industrial da mandioca no Brasil, segundo maior produtor mundial desse tubérculo, surgiu a ideia de investigar a viabilidade da produção de energia renovável a partir das cascas de mandioca”, disse o mestrando.

Sobre o trabalho, o professor Eduardo informou que foi observado, nas casas de farinha, a geração de grande quantidade de cascas, que representam cerca de 20 a 30% da massa da mandioca.

Processo de pesquisa

Foram dois anos de pesquisa realizada no Laboratório de Controle Ambiental da Ufal, recebendo colaboração também de duas alunas da graduação do Centro de Tecnologia (Ctec), Isabela Menezes e Beatriz Farias. O docente Eduardo Amorim explicou que “foi utilizado o processo conhecido como digestão anaeróbia” para a realização da pesquisa. Esse processo utiliza microrganismos para fermentação do resíduo para gerar biohidrogênio e bioetanol.

José Mendes ainda afirmou que todo o processo desse trabalho está em processo de patenteamento junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial, sendo fruto de mais de 800 horas de análises cromatográficas e físico-químicas.

Impactos do trabalho

Sendo consumida de maneira significativa na sociedade, o processo de beneficiamento da mandioca pode gerar vários impactos negativo no meio ambiente, entre eles estão a disposição incorreta de resíduos e a alimentação de animais de um processo de criação, sem licenciamento. Tendo isso em vista, a pesquisa evidenciou a possibilidade de transformar os resíduos em energia limpa e renovável através de um processo que não polui o meio ambiente. O professor Eduardo explicou que também é possível “gerar produto de valor agregado e até mesmo substituir a lenha que é utilizada nas casas de farinha nos seus fornos. Reduzindo a exploração da nossa mata remanescente”.

Além disso, o impacto positivo vai além da questão ambiental, entrando também não econômica. “O trabalho pode gerar um impacto socioeconômico positivo na comunidade, uma vez que viabiliza a produção de energia a partir de um produto sem valor econômico agregado, melhorando as atividades de pequenos e grandes produtores de mandioca”, explicou José Mendes.




Fonte: Ascom Ufal

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