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Maceió/Al, 29 de março de 2024

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23/03/2020 às 18:28

Crônica: Amores saborosos

Rodrigo Alves de Carvalho (*)

Antenor desde menino tinha paixão por comida. Nem preciso dizer que o gordinho rosado nunca recusava um belo prato seja lá do que e de quem quer que fosse.

Foi assim que o comilão conheceu Quitéria, uma moça prendada que apresentou uma lasanha especial ao molho branco que fez com que Antenor se sentisse nas nuvens. O amor havia lhe visitado.

Antenor e Quitéria viveram lindos momentos ao sabor de massas espetaculares, pizzas caseiras, pães exóticos, macarronadas Al Dente numa verdadeira paixão ardente.

Isso até aparecer Jandira, cozinheira do restaurante no centro que fulminou o coração de Antenor ao experimentar seu sarapatel turbinado. A pobre Quitéria se sentiu trocada, mas como o estupefato Antenor poderia recusar os dotes de Jandira?

Ela fazia o homem cada vez mais feliz com seus pratos nordestinos apimentados e apetitosos.

Mas Antenor era insaciável e como um Don Juan gastronômico trocou Jandira ao conhecer a doce Iracema. Tão doce quanto seus bolos, tortas e sobremesas. Foi uma fase gostosa na vida de Antenor onde sentiu o mel e a doçura daquela confeiteira talentosa e angelical.

Quando tudo parecia estável e saboroso na vida de Antenor, o destino prega outra peça e novamente outro amor surge em sua vida para lhe promover sentimentos novos e especiais.

Tudo porque conheceu Estela e sua típica comida mineira.

Tão simples e ao mesmo tempo tão gostoso. Arroz, feijão, torresmo, frango caipira e salada de couve picada.

As coisas tão belas estavam na simplicidade. Isabel com seu jeitinho tímido fez Antenor derreter-se por seus pratos interioranos.

Tantos amores na vida teve Antenor, tantas mulheres, tanta comida, tantos sentimentos.

E é justamente por isso que hoje defendo o posicionamento dessa pessoa singular e querida por todos os que conhecem.

Antenor é gente boa e não merece esses comentários incabíveis e preconceituosos que se espalham à boca pequena em conversinhas de pessoas maldosas.

Cada um tem seus sentimentos e devemos respeitar as opções do todo mundo.

Não é porque o alegre e comilão do Antenor resolveu buscar sua felicidade com o Julião do botequinho perto do lago que devemos crucificá-lo.

Quem mandou o Julião fazer aquela feijoada completa que arrebatou o coração e o estômago do nosso amigo esfomeado?

Rodrigo Alves de Carvalho nasceu em Jacutinga (MG). Jornalista, escritor e poeta possui diversos prêmios literários em vários estados e participação em importantes coletâneas de poesia, contos e crônicas. Em 2018 lançou seu primeiro livro individual intitulado “Contos Colhidos” pela editora Clube de Autores.

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