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21/06/2017 às 12:22

O apito do juiz

Sabino Fidélis de Moura (*)

É como uma partida de futebol, nada muda, tudo se equivale. O jogo começa com o trilar do apito e dura 90 minutos. A 

vida com o choro do nascer!

No desenrolar da peleja acontecem os lanches naturais nas disputas de bola - falta a favor e contrária, são as penalizações do embate.

A vida imita o jogo, o jogo imita a vida!

O narrar uma partida de futebol deve ter seus encantos, emoções, vibrações, alegrias e tristezas...

O grito de gol que fica preso na garganta, a jogada errada, a bola na trave, o não acerto da cidadela, da meta, o não ver a pelota no fundo das redes...

As lágrimas que caem com o vazar dos olhos!

Como contar o existir de uma pessoa através do comparativo entre um jogo de futebol e a peregrinação do existir?

Confesso que busco alguns sofismas para disfarçar a minha tristeza com a ida para o andar de cima, de uma pessoa que marcou com muita leveza a sua passagem por aqui.

Anadia terra mãe palco de inúmeras histórias - pujantes, infinitas e incontáveis...

Ontem, nosso pedaço de chão batido, plantou em seu solo um homem, alto, moreno, esguio, dono de uma discrição incrível, mansidão e serenidade.

É como estivesse na minha adolescência folheando a revista Placar - revista esportiva de sucesso na época.

Paginando folha a folha, revi como se em um cinema assistisse cenas reais, cheias de nitidez e recheadas de lembrança inesquecível.

É intervalo do jogo!

Aproveito para contar, que ainda muito pequeno ao lado do meu avô Luiz Tenório o acompanhei nas memoráveis caçadas - o alvo, eram as perdizes que povoavam em grade abundância as nossas matas e campos.

Na equipe faziam parte a cachorra Leith - da raça perdigueiro, pelagem marron e dona de um faro fantástico.

Meu avô teve muitos companheiros nesses intervalos da vida, mas o Peu, Esse se destacou como um dileto e fiel amigo.

Dono de uma pontaria certeira, calmo e impávido, abrilhantou, deixou patenteado seu estilo.

Estilo esse que se expandiu para a vida como um todo!

Como é bom relembrar!

Eu na adolescência, a beira do campo filando as jogadas de mestre que o Peu fazia.

O campo de chão batido, cercado de labirinto com as traves de madeiras...

A bola corria solta!

Ali aprendi as lições de como subir e cabecear a bola, como dominá-la e passar ao companheiro respeitando a imperfeição do terreno do campo.

Claro que o intervalo do jogo já acabou e, precisamos rapidamente voltar ao jogo!

Com o reinício da partida, a bola volta a correr solta. O desenrolar do jogo pode punir o jogador com os cartões amarelo e vermelho dependendo da infração cometida.

Falei que existe muitas afinidades entre a vida e uma partida de futebol.

Quem não cometi suas faltas?

Não vou me prolongar na narrativa, pois a prorrogação é assunto pertinente e prerrogativa do juiz do jogo.

Porém, antes desejo dizer, que outro dia prometi, que gostaria de escrever sobre cada um dos que vi jogar futebol e, comigo escreveram um página de ouro do nosso futebol.

Espero que Deus me dê sapiência para tanto...

A vida segue!

Entretanto tem horas que a gente tem aquela vontade louca de como no futebol bater um tiro de meta - chutar pra bem pra longe a bola...

Mas as notícias ruins também chegam perto de nós. É com muita emoção que escrevo este texto, como a minha justa homenagem a um personagem que edificou a terra pátria Anadia.

Seu Peu, como exímio alfaiate, caçador e jogador de futebol, suba ao céu levando consigo como um pergaminho, com as regras do jogo e, seus feitos como cidadão do bem.

O Juiz apitou o final da partida!

(*) É filho de Anadia


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