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06/07/2017 às 19:58

Brasil do empreendedorismo

Janguiê Diniz (*)

Um estudo publicado recentemente na Fast Company e elaborado pela startup Expert Market, baseada no Texas (EUA), indicou o Brasil no quinto lugar, em uma lista de 15 países quando o assunto são os empreendedores mais determinados do mundo. A pesquisa indicou os países nos quais, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas para empreender, há um alto número de negócios criados em 2016.

O ranking surgiu de um levantamento do Banco Mundial com 130 países que define qual a dificuldade em cada um deles para empreender. Foram analisados três fatores: o tempo até registrar oficialmente um novo negócio; o tempo até tomar todos os procedimentos necessários para o negócio estar funcionando; e os custos básicos.

Ainda de acordo com os dados, em uma escala de 1 a 130, - sendo 1 a indicação de que é mais fácil abrir um negócio e 130 de que é mais difícil - o Brasil ficou com pontuação 125, ou seja, as dificuldades para abrir um negócio no nosso país são muito altas. Entretanto, ao mesmo tempo, na escala que mede a abertura de negócios e que varia de 1 - maior número de negócios criados - até 130 - mínimo negócios criados -, o Brasil ganha pontuação 48. Isso significa dizer que o país tem um grande número de pessoas dispostas a empreender, mesmo com todos as dificuldades e riscos envolvidos.

Essa determinação não é bem uma novidade para os brasileiros. A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2015, já revelava que, em cada dez brasileiros adultos, quatro já têm uma empresa ou estão envolvidos com a criação de uma. Em 2015, a taxa de empreendedorismo no país foi de 39,3%, o maior índice dos últimos 14 anos e quase o dobro do registrado em 2002, quando a taxa foi de 20,9%. Ou seja, em 2015, 52 milhões de brasileiros com idade entre 18 e 64 anos estavam envolvidos na criação ou na manutenção de algum negócio, na condição de empreendedor inicial ou já estabelecido.

Após o início da crise econômica brasileira e o alto índice de desemprego que atinge mais de 12 milhões de pessoas no Brasil, muitos brasileiros viram no empreendedorismo uma forma de sobreviver. O talento nato do brasileiro justifica os números apurados pela Unitfour: o número de empresas abertas em 2016 cresceu 20% se comparado a 2015, sendo a necessidade de se ter uma fonte de renda após a demissão o fator responsável pelos dados do estudo.

Para 2017, os empreendedores viverão vários desafios. Entre eles, posso sinalizar a alta carga tributária, a necessidade de uma gestão eficiente e a necessidade de encarar a tecnologia como um recurso de apoio como os principais.

No primeiro aspecto, é preciso entender que cada empresa, de acordo com seu tipo e porte, possui um regime de tributação diferente e para quem está pensando em abrir um negócio, é preciso levar em conta a importância do enquadramento tributário ideal para que o negócio seja realmente rentável.

A gestão eficiente é, sem dúvidas, um dos processos mais importantes de qualquer negócio. Quem quer empreender não deve apenas achar que basta fazer a abertura da empresa, começar a vender ou prestar determinado serviço e pronto. É preciso toda uma estruturação e acompanhamento, nesses aspectos é que está justificada a necessidade de uma gestão eficiente.

Não menos importante que os outros está a tecnologia. Recurso indispensável para ser bem-sucedido em um negócio. Sistemas, máquinas e plataformas novas estão disponíveis para auxiliar as empresas. A tecnologia faz parte do mundo moderno.

É importante atentar para o levantamento realizado pela Small Business Administration, agência de fomento a pequenos negócios do governo dos Estados Unidos. Ele diz que apenas metade dos novos negócios criados em 2013 irá sobreviver até 2018. Mas, executando tudo de forma pensada e estruturada, o fracasso não é uma opção. 

(*) Mestre e Doutor em Direito – Reitor da Uninassau – Centro Universitário Maurício de Nassau – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional – [email protected]


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