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08/03/2019 às 13:32

Em quatro meses, Rede de Atenção atende 284 vítimas de violência sexual em Alagoas

RAVVS aponta o início da superação de aspectos como a vergonha, o medo e a falta de perspectiva de um futuro, que dificultam a identificação de situações de violência RAVVS aponta o início da superação de aspectos como a vergonha, o medo e a falta de perspectiva de um futuro, que dificultam a identificação de situações de violência

Marcel Vital

Desde sua criação, em outubro do ano passado, até o mês de fevereiro deste ano, a Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual (RAVVS) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) já conseguiu assistir e proteger 284 pessoas em situação de vulnerabilidade. Dos casos registrados, 269 vítimas são mulheres, o que representa 94,7% do total.

Nesta sexta-feira (8), quando é celebrado o Dia Internacional da Mulher, apesar do pouco tempo de atuação, a RAVVS aponta o início da superação de aspectos como a vergonha, o medo e a falta de perspectiva de um futuro, que dificultam a identificação de situações de violência.

De acordo com a coordenadora da RAVVS, Camile Wanderley, a equipe já consegue ver um número expressivo de vítimas que conseguiram reunir coragem de denunciar. “A população começa a ter um entendimento sobre onde deve procurar ajuda. Boa parte desses casos é de mulheres que, muitas vezes, não se sentiam seguras em ir à delegacia denunciar. Que não sabiam como proceder diante de violências de caráter machista e de persistência contínua”, destacou.

Segundo ela, a violência física, psicológica ou sexual está ligada a vários fatores, entre eles o preconceito e o medo, ligados, por sua vez, às condições interpessoais associadas às desigualdades de gênero.

“A mulher ainda tem muito medo de que o tapa ou o murro possam se repetir. Existe um estresse pós-traumático na vítima de violência sexual, por isso trabalhamos por meio da assistência psicossocial, para que essa vítima possa voltar ao seu cotidiano sem tantos comprometimentos no que diz respeito à sua saúde mental”, afirmou.

Camile Wanderley ressaltou que, além dos problemas surgidos na saúde física e mental, a relação violenta diminui a qualidade de vida da mulher, sua capacidade produtiva, seu trabalho, sua educação e autoestima. Esses traumas podem causar agressividade, afastamento do trabalho, isolamento social, dificuldade de expressar emoções e sentimentos, depressão, ansiedade e até a automutilação e tentativas de suicídio.

Camile Wanderley diz que Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual presta total assistência às mulheres 

“É um trauma muito forte na vida de uma mulher. Ela tem todos os seus direitos agredidos, rasgados. Para ela ser reinserida novamente no seu dia a dia é muito complicado. Não é como quebrar um braço, entrar numa sala de cirurgia e colocá-lo no lugar. Não! A marca sempre vai estar lá. O que estamos tentando fazer através da RAVVS é fazer um acompanhamento psicossocial e minimizar o impacto que essa violência causa nessa mulher”, salientou.

Sobre a RAVVS

Com o foco em desempenhar um papel importante na garantia de direitos das mulheres alagoanas, a Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual é formada por uma equipe multiprofissional composta por especialistas das áreas de enfermagem, serviço social e psicologia, que atuam para prestar assistência às vítimas de violência sexual, a partir de buscas ativas ou denúncias apresentadas pelos telefones 0800 284 5415, (82) 3315- 2059 ou (82) 98882- 9752. Para a efetivação da rede intrasetorial, foi criado um Grupo Técnico de trabalho, uma Comissão de Regionalização e uma Comissão Operativa.

Como funciona

Se a vítima está dentro do Instituto Médico Legal (IML), por exemplo, e precisa ser encaminhada para o serviço de assistência à saúde, a equipe da Sesau acompanha a vítima e os familiares, até que o protocolo de assistência seja totalmente finalizado.

De acordo com Camile Wanderley, o intuito é que se possa criar uma nova cultura de atendimento e um olhar para a vítima de violência sexual dentro das unidades de saúde vinculadas à Sesau, sem preconceitos, de forma humanizada, evitando a revitimização e garantindo que ela tenha um atendimento em tempo hábil, para que seja feito todo o processo de profilaxia e assistência à saúde.

“Cada vez mais, o Dia Internacional da Mulher é um momento de refletir sobre os progressos e desafios a serem conquistados, para chamar atenção para a mudança e para celebrar atos de coragem e determinação protagonizados por mulheres comuns que têm desempenhado um papel extraordinário em nossa sociedade. O Governo do Estado de Alagoas está olhando por nós, e entende a nossa importância no contexto social em que vivemos. Não estamos sozinhas”, ressaltou a coordenadora do RAVVS.


Ascom Sesau

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