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13/05/2019 às 13:49

Com mais de 12 mil dados de 100 grotas, mapeamento norteia ações do Vida Nova

Estudos reúnem dados socioeconômicos importantes para as decisões do Estado em relação às grotas de Maceió Estudos reúnem dados socioeconômicos importantes para as decisões do Estado em relação às grotas de Maceió

Minne Santos e Igor Gouveia

Desenvolvido pelo Governo de Alagoas em parceria com o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), o Vida Nova nas Grotas tem mudado a realidade de diversas famílias de Maceió. Além de promover mobilidade urbana, inclusão social e saúde, o programa estimula o desenvolvimento de estudos que auxiliam ainda mais a transformação dessas comunidades.

A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), por exemplo, está construindo um painel para subsidiar, com informações, as políticas públicas a serem implantadas nas grotas. Até agora, já são 100 grotas mapeadas e mais de 12 mil dados registrados sobre elas.

“Mapeamos as grotas maceioenses e, em paralelo, iniciamos um trabalho de mineração de dados demográficos e econômicos sobre esses locais. A partir daí, disponibilizamos essas informações num painel dinâmico, para que esses dados pudessem auxiliar o andamento do Vida Nova nas Grotas”, explica o gerente de Geoprocessamento da Seplag, Robertson Matos.

No painel é possível obter diversos dados socioeconômicos, como a quantidade de grotas existentes em Maceió, suas localizações, distribuição nos bairros e delimitações. O trabalho também resultou em informações mais precisas sobre a quantidade de pessoas que vive nos assentamentos por faixa etária, o número de habitações, se há coleta de lixo, a proximidade de escolas estaduais em relação às grotas, entre outras.

Estudos reúnem dados socioeconômicos importantes para as decisões do Estado em relação às grotas de Maceió (Márcio Ferreira, Minne Santos e Ascom Setrand)

“Após essa fase inicial, começamos a dialogar com a equipe do ONU-Habitat para alinhar nossos conhecimentos e facilitar o estudo de campo desenvolvido por eles. E os dados levantados por eles devem ser, em breve, agregados ao painel. Assim, teremos uma base de informações cada vez mais abrangente e rica, o que é essencial para o processo de tomada de decisões do Governo”, pontua Robertson.

“Um trabalho tão bem integrado no Estado, em parceria com uma organização mundialmente conhecida pela preocupação com o desenvolvimento humano, é algo importantíssimo. Alagoas tem se sobressaído por procurar levar melhorias significativas para quem reside em áreas que até pouco tempo não eram percebidas pelo poder público”, completa o secretário de Planejamento, Fabrício Marques Santos.

Parceria

Desenvolvido de forma coletiva, o projeto conta com a participação do órgão responsável pelo planejamento urbano do município do Rio de Janeiro, o Instituto Pereira Passos (IPP), que firmou uma parceria com a Seplag e o ONU-Habitat para aprimorar as pesquisas e mapeamentos.

As três instituições trabalham juntas na construção do Mapa Rápido Participativo (MRP) desses assentamentos em Maceió. “O Mapa é um instrumento de diagnóstico dos territórios, cujo principal objetivo é a avaliação e o monitoramento das condições urbanas dos assentamentos informais, por meio da identificação da cobertura e da qualidade de determinadas infraestruturas e serviços”, explica a analista de Programas do ONU-Habitat Daphne Besen.

Estudos reúnem dados socioeconômicos importantes para as decisões do Estado em relação às grotas de Maceió (Márcio Ferreira, Minne Santos e Ascom Setrand)

A metodologia tem feito toda a diferença nesse processo porque combina a identificação de aspectos visíveis nas grotas com entrevistas aos moradores e a pessoas que têm conhecimento específico sobre as infraestruturas e os serviços urbanos no território. “Buscamos meios de produzir dados qualificados para que o Governo possa melhorar as políticas públicas direcionadas às grotas, bem como elaborar novas políticas", afirma a também analista do ONU-Habitat Paula Zacarias.

Para o secretário do Planejamento, Fabrício Marques Santos, o painel e o Mapa Rápido Participativo são essenciais para que o Estado possa compreender, de forma mais precisa, a realidade dos assentamentos informais e, com isso, prover melhores condições urbanas para os moradores.

“Essas iniciativas fortalecem nossa base de dados, tornando-a mais segura e retratando com mais assertividade a vivência das famílias que moram nas grotas de Maceió. Elas têm poder de aperfeiçoar, de forma consistente, os processos decisórios do Estado. A expectativa é que, ao final desses estudos, possamos implementar políticas públicas alinhadas às necessidades da população e dar passos mais largos para o fomento de uma realidade cada vez melhor para os alagoanos”, afirma.

A analista Paula Zacarias ressalta que a parceria também é importante para o ONU-Habitat: “Para o Governo, contar com a metodologia reconhecida internacionalmente pelo ONU-Habitat é de grande valia, já que torna a tomada de decisões ainda mais eficaz. E para nós é ótimo, pois podemos contribuir com a construção de políticas públicas de melhor qualidade, baseadas também nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”.


Agência Alagoas

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