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13/09/2018 às 19:19

Aterro de Maceió apresenta projeto capaz de transformar chorume em água limpa

Vista geral do aterro sanitário de Maceió Vista geral do aterro sanitário de Maceió

Maceió celebra mais uma importante conquista para o meio ambiente. Depois de quatro anos de pesquisas, testes e de investimento em novas tecnologias, o Aterro Sanitário de Maceió (CTR Maceió), operado pela empresa V2 Ambiental, pertencente ao grupo Estre Ambiental, anuncia que já é capaz de transformar o chorume – o líquido escuro, fétido e altamente poluente resultante da decomposição do lixo – em água limpa.

A novidade coloca Maceió no time das raras cidades brasileiras que não precisam mais encaminhar seu chorume filtrado (em geral, com redução de 80% de sua carga poluente) para estações de tratamento de esgoto. Graças ao novo processo implantado e aprimorado pela equipe de engenheiros, biólogos e técnicos da Estre, o chorume pode agora ter sua carga orgânica reduzida em 99%, transformando-se em água  limpa, possibilitando seu descarte adequado, dentre outras possíveis aplicações futuras. “O resultado é uma água tão transparente quanto à de uso comum”, explica David Dias, gerente regional da Estre Ambiental. Após ter a eficiência comprovada por análises laboratoriais internas e em laboratórios certificados, a Estre aguarda apenas o trâmite final de liberação da Secretaria de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (SEDET) para iniciar a operação do novo processo. 

O chorume é um dos produtos fruto da decomposição do lixo. Extremamente tóxico, tem alto poder poluente: um litro de chorume é o suficiente para contaminar nada menos do que 10.000 litros de água. A cada 1000 toneladas de lixo, 50.000 litros de chorume são gerados. Quando sai de um lixão, toda esta podridão escorre diretamente para o solo e rios. Já num aterro sanitário, graças às estruturas de impermeabilização do solo e de drenagem, ela é conduzida para tanques de tratamento, que geralmente se utilizam de processos químicos e biológicos para “limpar” e “diluir” o chorume, transformando-o em água suja comum, apta a ser lançada na rede de esgotos das cidades.

Estação de Tratamento de Efluentes onde é iniciado o processo de tratamento químico e biológico do chorume

A moderna nanofiltração

A técnica que está permitindo ao aterro de Maceió dar um passo além neste processo chama-se nanofiltração. “É uma das mais avançadas entre as disponíveis para transformar o chorume em água de reuso ”, afirma Antonio Januzzi, gerente de novas tecnologias da Estre. 

O processo completo leva cerca de 10 dias para transformar cada litro de chorume em um litro de água limpa. À medida em que é drenado pela tubulação subterrânea instalada sob o aterro de lixo, o chorume é depositado em um tanque gigante. De lá, o líquido segue um caminho entre tanques de tratamento químico e biológico, com bactérias anaeróbicas e aeróbicas capazes de digerir o material orgânico do chorume, num processo de reprodução controlado por análises  microbiológicas. A nanofiltração é a última etapa, composta por uma bateria de filtros especiais que promovem uma filtração forçada no material previamente clarificado pelos processos anteriores. “A carga orgânica média do chorume varia de 3.000 a 7.000 mg/L de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio).”, explica David Dias. “Este novo processo consegue reduzi-la a valores menores que 10 mg/L, quase zero”, completa.

A nova etapa final de nanofiltração, capaz de remover 99% das impurezas do chorume

Após este período de testes, a Estre Ambiental, de São Paulo, grupo que controla a V2 Ambiental, já estuda a viabilidade de ampliar a capacidade de processamento do chorume e também de replicar a experiência de Alagoas em seus demais aterros.

CTR Maceió: Um dos mais modernos aterros do país

Enquanto a grande maioria dos municípios brasileiros corre contra o tempo para atender à determinação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prorrogou até 2021 o último prazo para o fim dos lixões, a capital alagoana já exibe os efeitos positivos de ter se adiantado em executar uma de suas mais importantes obras urbanas.

Livres da montanha de lixo a céu aberto que crescia diariamente à velocidade de 1,2 toneladas e lançava 200 metros cúbicos de chorume por dia no solo e nos lençóis freáticos, o bairro de Cruz das Almas e toda a região Norte já apresentam grande revitalização, concretizando sua vocação, até então contida, de firmar-se como vetor de crescimento da cidade, atraindo importantes investimentos comerciais e imobiliários.

Instalado em 2010, após estudos de impacto ambiental e social, numa área de 140 hectares no bairro do Benedito Bentes, o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Maceió, comandado pela V2 Ambiental, empresa do Grupo Estre Ambiental, é hoje exemplo de tecnologia. “Sem dúvida, estamos falando de um dos aterros mais modernos do país”, afirma o consultor ambiental Alder Flores.

Além de contar com dupla impermeabilização feita com mantas de polietileno e Bidim (geotêxtil 100% poliéster), o aterro de Maceió possui também outro diferencial em relação aos de outras cidades: concentra, em uma única área, células equipadas para receber diferentes classes de resíduos, como lixo doméstico, entulho, lixo vegetal e animais mortos.

Na unidade de beneficiamento de entulho, restos de construção são triturados e transformados em britas prontas a serem utilizadas em obras de pavimentação da prefeitura. Já no núcleo de lixo vegetal, proveniente da poda de árvores, a compostagem garante adubo orgânico para a manutenção do cinturão verde que envolve o próprio aterro.

Integrado ao Grupo Estre Ambiental, a maior empresa de serviços ambientais do Brasil e da América Latina, o aterro sanitário de Maceió segue o mesmo padrão de excelência dos principais aterros da Estre. Com o uso de tecnologia de ponta, a operação já conseguiu, por exemplo, prolongar de 5 para 7 anos a vida útil da primeira das quatro células previstas para o aterramento de lixo doméstico.

Amostras de laboratório de quatro etapas do processo de tratamento: do chorume à água limpa

Todo este cuidado com a estrutura, seguido de um rígido controle que vai da chegada do lixo na balança ao monitoramento dos lençóis freáticos, das águas superficiais e da topografia, garantem o mínimo possível de impacto ambiental ao processo de tratamento do lixo, com nenhum tipo de contaminação para a região. “Enviamos constantemente para todos os órgãos fiscalizadores os resultados analíticos de nossas medições, além dos laudos de exames realizados por laboratórios de diferentes Estados”, afirma a David Dias, gerente regional do aterro.

fonte: Amais Imprensa


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