Kamylla Lima
As mudanças climatológicas podem dificultar o acesso à água. Fornecido pela natureza, quando chega a estiagem o líquido fica escasso em algumas cidades, como aconteceu no município de Capela, na Zona da Mata alagoana, com a seca do Rio Paraíba, que comprometeu a vazão e o rio chegou a quase zerar a capacidade. Para obter água potável, moradores do Povoado Fazenda Vieira chegavam a caminhar quatro horas por dia.
A busca por água ficou no passado e o sofrimento deu lugar a novas perspectivas para a vida de quem enfrentou as árduas consequências da seca.
As muitas horas guiando um carro de mão com baldes de água diminuíram para apenas alguns minutos com a construção de um poço. As famílias que moram no local viviam uma verdadeira peregrinação para conseguir água - que muitas vezes não era própria para o consumo.
O fornecimento de água aos moradores da comunidade Fazenda Vieira chegou em março do ano passado com a perfuração do poço - que capta o líquido direto dos lençóis freáticos - e fornece dez mil litros de água por dia para as 30 famílias do povoado.
Com a água disponível durante todo o dia, a dona de casa Maria Patrícia da Silva França, de 28 anos, relembrou os tempos de dificuldade e em como a vida foi transformada. Ela explicou que era necessário ir a dois locais todos os dias. Segundo ela, os locais para encontrar água para cozinhar e água para as atividades domésticas eram situados em pontos diferentes do povoado.
Patrícia contou que dava quatro viagens por dia, cada uma com duração de meia hora de caminhada, para encher os baldes e ter água suficiente em casa por 24 horas.
Após a perfuração do poço, ela disse que a realidade de angústia pela água ficou no passado e aproveita o tempo livre para descansar e se dedicar à família. “Perdia muito tempo do dia me preocupando com a água e transportando, agora é mais tranquilo”.
Os anos de sofrimento com o desabastecimento e a seca ficaram no passado, mas os moradores do Povoado não esquecem das dificuldades com o objetivo de preservar a água disponível.
Paulo e os outros moradores buscavam água no Rio Paraíba, mas a seca dos últimos anos - que comprometeu a vazão do rio e ficou praticamente sem água - agravou a crise hídrica na cidade e dificultou ainda mais o abastecimento na Fazenda Vieira.
Família dividia balde para tomar banho
A seca atingiu de forma drástica a família de Cícero Ferreira da Hora, de 58 anos, a tal ponto que era preciso dividir com a mulher e os seis filhos um balde com 20 litros de água para que todos tomassem banho.
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