A voz da oposição em Arapiraca, que até então só tinha o solitário vereador Rogério Nezinho (MDB), acaba de ganhar uma nova integrante: a vereadora e ex-secretária de Saúde, Aurélia Fernandes. Pelo menos é o que se comenta nos bastidores políticos.
No primeiro semestre deste ano, após o rompimento do deputado estadual Severino Pessoa com o prefeito Rogério Teófilo, a então secretária Aurélia Fernandes foi convidada a deixar a pasta para retornar à Câmara de Vereadores. Aurélia foi substituída, mas pessoas de sua extrema confiança permaneceram ocupando cargos importantes na secretaria.
Ao que se sabe, o pedido do prefeito foi uma forma de retaliar a família Pessoa, que tinha como representante no Legislativo a vereadora Sinielza Pessoa, que nas eleições de 2016 havia ficado na suplência de Aurélia. A então secretária atendeu ao pedido do gestor e retornou ao Legislativo Municipal como integrante da base da situação.
Acontece que nas últimas eleições Aurélia, de forma livre e democrática, apoiou o seu amigo pessoal Rodrigo Cunha ao Senado e isso não teria deixado o prefeito Teófilo satisfeito, uma vez que sua esposa, Lúcia Cajueiro, disputou a eleição como suplente do senador Benedito de Lira, que perdeu a eleição e, além disso, teve uma baixa votação em Arapiraca.
A retaliação contra Aurélia aconteceu no mês passado, logo após as eleições, quando o prefeito exonerou todas as pessoas ligadas à vereadora, provocando um grande mal estar na Prefeitura, em especial na Secretaria de Saúde, uma vez que muitos dos servidores exonerados ocupavam cargos extremamente técnicos e tinham conhecimento da área.
Visivelmente irritada, na última semana Aurélia ressurgiu na tribuna da Câmara com um discurso duro, onde criticou o gestor pelo investimento de R$ 3 milhões em equipamentos de controle de freqüência com o reconhecimento facial para alunos da rede municipal.
Em seu discurso, Aurélia afirmou que enquanto muitas dessas escolas não oferecem merenda de qualidade ou, sequer, têm merenda, a Prefeitura não poderia gastar milhões nesse tipo de equipamento, mas sim priorizar o que está em falta. O discurso repercutiu nos corredores da Prefeitura.
A atual gestão, pelo visto, ainda não se encontrou. Do início do ano passado até agora, onze secretários já foram substituídos e ao que se sabe outros deverão deixar seus cargos até o início do ano.
Enquanto isso, a população de Arapiraca acompanha a movimentação nos bastidores políticos e sente falta da voz dos vereadores, alguns deles ligados ao governo do Estado, que estavam na oposição e, de uma hora pra outra, silenciaram.
Fonte: Assessoria
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