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13/06/2017 às 13:44

Alvo da operação da PF é o IOFAL, com sedes em AL, SE, BA e GO

Superintendente da PF em Alagoas diz que provas são incontestáveis - Foto - Ascom PF Superintendente da PF em Alagoas diz que provas são incontestáveis - Foto - Ascom PF

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Policiais federais e equipes da Receita Federal do Brasil e o Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde cumpriram dois mandados de prisão em Alagoas. Um dos presos na operação é o médico André Born, sócio do IOFAL. A terceira prisão aconteceu em Goiânia (GO). As clínicas envolvidas no esquema, segundo as investigações, são do mesmo grupo, que atua em Alagoas, Bahia, Sergipe e Goiás.

A operação Hoder foi desencadeada nesta terça-feira após investigações que apontam o desvio de recursos públicos no Sistema Único de Saúde (SUS). Em Alagoas os mandados foram expedidos para o IOFAL, que tem sedes em Maceió, Penedo e Arapiraca.

"Com o objetivo de repassar o colírio pago pelo SUS, eles [integrantes do plano] diagnosticavam com glaucoma pacientes sadios. Um dos ouvidos, um homem de 32 anos, foi diagnosticado na Barra de Santo Antônio durante um mutirão, feito em 2015. Um laudo pericial depois mostrou que ele não tinha a doença", revelou o superintendente da PF em Alagoas, Bernardo Gonçalves de Torres.

O esquema
O inquérito policial investiga o desvio de verbas do Programa Nacional de Combate ao Glaucoma e da Política Nacional de Procedimentos Cirúrgicos Eletivos de Médica Complexidade, fatos ocorridos nos quatro estados onde a operação aconteceu.

Segundo as investigações entre 2014 e 2016 somente o IOFAL/Alagoas recebeu R$ 16 milhões do SUS para custear consultas e fornecimento de colírios. A prática criminosa, segundo os auditores envolvidos na operação, ainda acontece, com a participação de médicos e funcionários da empresa, que recebiam dinheiro do Denasus para fornecer os colírios. 

De acordo com as investigações foi constatada a existência de uma organização criminosa responsável por lesar a União, através do SUS, prestando informações incongruentes sobre atendimentos médicos e fornecimento de medicamentos para tratamento de glaucoma, resultando no recebimento, por empresas ligadas aos investigados, de recursos financeiros em montante significativamente superior ao que deveria ter sido repassado.

Em auditorias realizadas pelo Denasus, determinou-se o ressarcimento de cerca de R$ 9,3 milhões à União em face de constatações de irregularidades.

Pacientes/vítimas
As investigações da PF apontam para um risco à saúde dos pacientes, que recebiam o medicamento, mas não sabiam da fraude. O pior: muita gente estava usando o colírio mesmo sem ter o glaucoma diagnosticado.

O delegado federal Bernardo Gonçalves Torres disse que os acusados responderão por crimes de organização criminosa, estelionato qualificado e lavagem de dinheiro.

O nome 
Hoder, dado à operação, é de um personagem da mitologia nórdica, um deus cego, referência à natureza dos ilícitos investigados, uma vez que os recursos desviados destinar-se-iam ao tratamento de doença que pode levar à cegueira.

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