Cícero
Santana
O resultado da Operação Terra dos Marechais, desencadeada nesta quinta-feira, 27, em Marechal Deodoro, pode levar a novas investigações, desta vez envolvendo outras pessoas. A prática de venda de lotes e terrenos para mais de um comprador é antiga e conhecida na cidade, neste caso envolvendo outros personagens.
Na operação desta quinta, o juiz Hélio Pinheiro, da 2ª Vara Cível e Criminal, expediu mandados de prisão, busca, apreensão e condução coercitiva apenas para os suspeitos de participação na venda ilegal de terrenos no loteamento Acauã, com a participação de políticos e militares.
Equipes do Bope, Asfixia e agentes da Polícia Civil prenderam e conduziram até o Complexo de Delegacias Especializadas (Code), em Maceió, a vereadora por Marechal Deodoro, Larissa Ruana Pereira Lopes de Sena (PHS), o pai dela, José Reinaldo de Sena, conhecido como Porquinho, e outras duas filhas dele, Lídia Juliana Pereira Lopes Sena e Luana Cristina Pereira Lopes Sena, que participavam, segundo as investigações, como testemunhas nos contratos de compra e venda.
Também foram levados ao Code, José Paulo Roque de Arcanjo (sargento Roque), Ycaro Roque Santos de Archanjo (filho do militar), Eronildo dos Santos Costa (ex-vice-prefeito do município), e José Luiz da Silva (corretor de imóveis).
Já Walter Torres da Cunha, o subtenente Theobaldo de Almeida e o engenheiro Toni", foram conduzidos coercitivamente até a delegacia.
"Além de efetuar a venda de áreas em descumprindo da lei que trata do parcelamento do solo urbano, o grupo atua vendendo propriedades que não lhes pertencem, lesando, portanto, inúmeros compradores de boa-fé, os quais acreditam estar realizando um negócio jurídico legítimo, mas, em verdade, estão sendo vítimas do delito de estelionato", diz o relatório produzido pelo juiz Hélio Pinheiro Pinto.
Quanto
à participação do subtenente Theobaldo as investigações apontam
que o militar teria usado seu conhecimento junto aos militares,
inclusive envolvendo a Associação dos Subtenentes e Sargentos
Militares de Alagoas (Assmal), da qual foi presidente.
As
investigações, comandadas pelo delegado Rodrigo Colombelli, apontam para um faturamento na ordem de R$ 2 milhões
com a comercialização irregular e que parte do valor foi destinado
a campanha política da família Sena.
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