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Maceió/Al, 19 de julho de 2025

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17/07/2025 às 12:23

Unicef comemora 75 anos no Brasil e comemora redução histórica da mortalidade infantil

Em 1950, a cada 100 crianças que nasceram no Brasil, 16 horas antes de completar um ano de vida. Hoje, é apenas uma. A redução histórica na mortalidade infantil é uma das grandes conquistas do País, realizada com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que este ano comemora 75 anos no Brasil.

Durante esse tempo, o UNICEF vem trabalhando com o governo brasileiro pelos direitos de crianças e adolescentes, e contribuindo para avanços em saúde, educação, proteção, combate à pobreza e outros temas. As conquistas e desafios para a infância e adolescência no Brasil estão no livro “ UNICEF, 75 anos pelas crianças e pelos Adolescentes – Uma História em Construção ” e na exposição “ Passos para o Amanhã ”, lançado nesta quarta-feira (16), durante evento comemorativo no Palácio Itamaraty, em Brasília.

Ao longo de sete décadas, o Brasil mudou para melhorar a vida das crianças e adolescentes que aqui vivem. O UNICEF esteve presente nas principais transformações sociais e políticas do País, contribuindo em momentos decisivos como a aprovação do Artigo 227 na Constituinte, a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a formulação e implementação de políticas públicas voltadas à redução da mortalidade infantil, o fortalecimento da saúde pública, a ampliação do acesso à educação de qualidade, entre outros.

“Nos últimos 75 anos, o Brasil avançou muito na garantia dos direitos de crianças e adolescentes, com conquistas que devem ser comemoradas. E é preciso evitar retrocessos e seguir avançando. Os direitos da infância e adolescência são uma agenda inacabada, pois sempre há desafios antigos que ainda se impõem e novos desafios que surgem. A sociedade também se transforma continuamente e passa a exigência de novos direitos para meninos e meninas. Diante dessa realidade, o UNICEF reafirma seu compromisso em conjunto com o Brasil, para cada criança e adolescente”, afirmou Youssouf Abdel-Jelil, representante do UNICEF no Brasil.

"O Brasil segue em diálogo com outros países, compartilhando nacionais nossas posições políticas e boas práticas por meio da Agência Brasileira de Cooperação, com a qual mantemos uma parceria sólida com o UNICEF no âmbito de programas de cooperação Sul-Sul, já tendo beneficiado 16 países da América Latina e Caribe, da África e da Ásia com ações para garantir a equidades e fortalecer os sistemas de proteção e garantia de direitos da infância e adolescência. Contem com o Ministério para seguir esse trabalho em prol da progressão de direitos e o alcance de novas metas em benefício de todas as crianças e adolescentes“, falou a ministra substituta das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha.

Conheça, a seguir, os principais avanços do País na agenda da infância e adolescência, as contribuições do UNICEF nessas conquistas, e os desafios que ainda precisam ser enfrentados.

Avanços do Brasil na saúde

Quando o UNICEF iniciou suas atividades no Brasil, a realidade da infância brasileira era marcada por altos índices de mortalidade infantil e baixa cobertura vacinal. Em 1950, o País registrava 158 mortes de crianças antes de 1 ano de vida, a cada mil nascidas vivas – ou seja, de 100 bebês, 16 mortes antes de completar 1 ano. Em 2022, esse número caiu para 12 a cada mil — uma diminuição de mais de 90%.

"O Brasil passou a fazer diferente e avançou no reconhecimento das crianças em seus direitos, após tantos anos que vivemos com a escravidão e com um olhar para as crianças como não-humanas, em especial as negras, as indígenas, as de comunidades tradicionais. Em qualquer lugar de nosso país que estivermos tratando de direitos de crianças e adolescentes, podemos saber que ali tem uma sementinha que foi plantada com a ajuda do UNICEF, para reiterar a humanidade de todas as crianças de nosso Brasil", disse o ministro dos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, apresentam no evento.

A redução da mortalidade infantil está relacionada a um conjunto de ações adotadas nacionalmente. Nesse período, o Brasil implementou – com apoio do UNICEF – o Programa de Agentes Comunitários de Saúde, o Programa Saúde da Família e expandiu sua rede pública de saúde. Em 1954, o UNICEF destinou recursos para o primeiro programa brasileiro de merenda escolar, lançando as bases da política nacional de alimentação escolar. Em 1973, o UNICEF contribuiu diretamente para a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, marco que fez do Brasil exemplo de vacinação infantil.

“Quando o UNICEF chegou aqui, seremos um Brasil muito diferente. Era um Brasil onde crianças morriam de fome, de diarreia por não ter água potável, ou por não ter cobertura vacinal, um Brasil que não tinha crianças e adolescentes como prioridade. O Brasil de hoje é um Brasil diferente, é um novo país construído a várias mãos: pelo povo brasileiro, por um governo forte, por um parlamento comprometido. E o UNICEF é parceiro desse novo país, dos tempos atuais”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo.

Nesses 75 anos, as campanhas nacionais ganharam destaque no País. Entre eles, está o trabalho realizado pela Pastoral da Criança, com apoio técnico e financeiro do UNICEF, para a disseminação do soro caseiro como medida preventiva contra a desidratação infantil, provocada principalmente por diarreia. Destaca-se, também, a campanha liderada pelo UNICEF nos anos 1980, juntamente com o Ministério da Saúde, para Incentivo ao Aleitamento Materno — responsável por aumentar em 29% a adesão à prática.

Todas essas ações vêm mudando realidades. Se em 1950 a expectativa de vida ao nascer era de 48 anos, em 2023 o número passou para 76,4 anos. A melhoria é reflexo de décadas de avanços nas políticas públicas de saúde, realizadas pelo Brasil, com apoio do UNICEF.

“Hoje, podemos construir sonhos para essas crianças esses adolescentes. Podemos lutar por educação, lutar por saúde, lutar por espaços que as crianças possam realmente ocupar. Essa missão não é simples, mas é coletiva. Vida longa ao UNICEF, e que possamos cada vez mais construir um futuro para esse país com justiça racial e com justiça para todos aqueles e aqueles que mais precisam”, disse a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Educação como direito

Na área da educação, o UNICEF tem sido um aliado estratégico de governos e organizações brasileiras na ampliação do acesso à escola e na garantia do direito à aprendizagem. Em 1950, a taxa de alfabetização da população adulta era de apenas 49,5%. Em 2022, esse índice chegou a 93%, resultado de mudanças estruturais nas políticas educacionais ao longo das décadas.

O UNICEF esteve presente em momentos decisivos dessa trajetória, como na criação do primeiro programa nacional de merenda escolar – acompanhamento à melhoria da alimentação e da permanência dos alunos em sala de aula – e na contribuição para a formulação de marcos legais fundamentais, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e a Emenda Constitucional nº 59, que se tornou obrigatória a oferta da educação básica a todas as crianças e adolescentes.

Nos últimos anos, entre outras iniciativas, o UNICEF lançou a Busca Ativa Escolar (BAE), estratégia que apoia 21 estados e mais de 2 mil municípios para identificar crianças e adolescentes fora da escola, ou em risco de evasão, e garantir a permanência deles na sala de aula, aprendendo.

Enfrentamento das desigualdades

Embora o Brasil esteja avançando nos direitos de crianças e adolescentes, as desigualdades ainda persistem. O UNICEF tem desempenhado um papel fundamental na promoção da equidade racial, de gênero e territorial, com atenção especial às populações indígenas, quilombolas e às comunidades periféricas e rurais. Em parceria com governos, sociedade civil e setor privado, a organização tem implementado soluções concretas para enfrentar os desafios mais urgentes enfrentados por esses problemas sociais.

Na Amazônia e no Semiárido, o UNICEF atua por meio do Selo UNICEF — iniciativa lançada em 1999, no Ceará, e posteriormente expandida para outros estados. O Selo autoriza e estimula avanços concretos na promoção, proteção e garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Atualmente presente em 18 estados brasileiros, a iniciativa alcança mais de 2 mil municípios e vem transformando vidas e realidades.

Já para enfrentar os desafios de crianças e adolescentes nas grandes cidades brasileiras, o UNICEF atua com estratégias voltadas para quem vive nas periferias. Em 2022, o UNICEF lançou a #AgendaCidadeUNICEF, realizada em territórios vulneráveis dentro de oito centros urbanos, com foco no enfrentamento das violências e exclusões, por meio de estratégias intersetoriais.

Emergências

Em 2020, durante a pandemia de covid-19, maior crise sanitária do século 21, o UNICEF mobilizou-se para proteger os direitos das crianças e adolescentes. Desde o início da emergência mundial, uma das frentes de atuação foi relacionada à água, saneamento e higiene (WASH, na sigla em inglês), quando o UNICEF ampliou sua atuação em territórios vulneráveis, levando água potável, materiais de higiene, acesso à internet e apoio psicossocial para crianças e suas famílias. Entre 2020 e 2022, mais de 17 milhões de pessoas foram beneficiadas por ações emergenciais promovidas pela organização.

Com a superação da pandemia, o UNICEF manteve as ações voltadas para a área, passando a incluir também a prevenção de desastres e o enfrentamento das mudanças climáticas. Meninas e meninos são os mais afetados pela crise climática no curto e longo prazo. No Brasil, 33 milhões de crianças enfrentam pelo menos o dobro de dias extremamente quentes a cada ano, em comparação com suas avós.

Além da pandemia, outras emergências, causadas por desastres naturais, epidemias, conflitos ou deslocamentos impostos, afetarão gravemente a vida e o bem-estar de crianças e adolescentes e exigirão respostas rápidas e coordenadas para garantir sua proteção, saúde, educação e direitos fundamentais. Entre elas, destacam-se o fluxo migratório venezuelano para o Brasil, que se intensificou nos últimos 10 anos, a seca histórica na região Norte e as chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul, em 2024.

Desafios para o futuro

O Brasil da década de 1950, quando o UNICEF chegou ao País, é muito diferente do atual. À medida que as infâncias e adolescências mudaram, o mundo mudou, há novas oportunidades, direitos que ainda não foram consolidados e novos desafios que emergiram e exigem atenção urgente.

Diante desse cenário, o UNICEF destaca agendas inacabadas:

- Redução da pobreza e das desigualdades – incluindo a garantia de acesso à saúde e educação de qualidade;

- O enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes – única agenda em que o Brasil não conseguiu progredir nas últimas décadas. As mortes violentas de crianças e adolescentes, em especial meninos negros, são uma realidade que precisa ser endereçada;

- Desafios da saúde mental em um mundo cada vez mais conectado;

- Questão migratória;

- Mitigação de emergência climática.

Em um ano em que o Brasil sediará a COP30, e diante dos desafios apresentados acima, é urgente colocar os direitos das crianças e adolescentes no centro da agenda nacional, e global, com um olhar especial para aqueles em situação de maior vulnerabilidade. “Temos que seguir trabalhando nessa agenda inacabada, junto com comunidades, governos – em vários níveis –, sociedade civil, setor privado, e as próprias crianças e adolescentes, para garantir um presente e um futuro seguros e prósperos”, conclui Youssouf Abdel-Jelil, representante do UNICEF no Brasil.

Exposição interativa no Palácio Itamaraty

Para comemorar seus 75 anos de atuação no Brasil, o UNICEF inaugura a exposição “Passos para o Amanhã”, no Palácio Itamaraty, em Brasília. Uma mostra homenageia os avanços conquistados ao lado do governo federal em prol das crianças e adolescentes brasileiros, por meio de uma série de esculturas assinadas pelo artista André Alves de Freitas.

A exposição traz seis estátuas em tamanho real, representando transformações concretas em áreas essenciais da infância. Cada escultura simboliza um marco onde a atuação do UNICEF contribuiu para mudar realidades: vacinação, saneamento básico, educação, participação cidadã, redução da mortalidade infantil e mudanças climáticas. Além das esculturas, será possível percorrer uma linha do tempo interativo, que apresenta dados históricos, reportagens e fatos marcantes.

Mais do que uma retrospectiva, a exposição convida o público a refletir sobre o futuro da infância no Brasil, celebrando conquistas e reforçando o compromisso com as próximas gerações.

"A mostra é um convite à esperança. Cada escultura, cada dado e cada imagem nos lembra que transformar a realidade é possível, e que o amanhã começa com as escolhas e ações que fazemos hoje. Pelas crianças, pelos adolescentes e pelo futuro de todos nós", finaliza André Alves de Freitas, criador da exposição.

O evento contará com a presença de ministros, embaixadores, representantes de agências da ONU, parceiros da sociedade civil e do setor privado, adolescentes e jovens. Estarão apresenta o representante do UNICEF no Brasil, Youssouf Abdel-Jelil; a embaixadora Maria Laura da Rocha, Secretária-Geral do Ministério das Relações Exteriores; a ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo; e o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macedo. Outros ministros e autoridades também foram convidados.

Informações para a Imprensa | UNICEF – Trama
Paula Bueno – [email protected] – (11) 96407-7538
João Vitor Zotini – [email protected] – (11) 99813-0151


Sobre o UNICEF

O UNICEF, Fundo das Nações Unidas para a Infância, trabalha para proteger os direitos de cada criança e adolescente, em todos os lugares, especialmente nos mais vulneráveis, nos locais mais remotos. Em mais de 190 países e territórios, fazemos o que é preciso para ajudar crianças e adolescentes a sobreviver, prosperar e alcançar seu pleno potencial. Em 2025, o UNICEF comemora 75 anos no Brasil. O trabalho do UNICEF é financiado por contribuições voluntárias. Acompanhe nossas ações no Facebook , Twitter , Instagram , YouTube e LinkedIn .

Você também pode ajudar o UNICEF em suas ações. Faça uma doação agora.

Fonte: Assessoria

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