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Maceió/Al, 19 de julho de 2025

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17/07/2025 às 15:00

Mostra de Cinema leva educação em direitos humanos a reeducandos em Maceió

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Isaac Neves

A 1ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Sistema Prisional envolve 60 pessoas privadas de liberdade em uma programação especial realizada entre a segunda-feira (14) e esta quinta (17), nas unidades do Presídio Santa Luzia (feminino) e do Núcleo Ressocializador (masculino), em Maceió.

A ação é fruto de uma articulação entre a 16ª Vara Criminal da Capital (Execuções Penais), a Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social de Alagoas (Seris) e a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senapen), com foco na educação em direitos humanos no ambiente prisional.

Ao todo, 30 reeducandas e 30 reeducandos participaram das sessões, que ocorreram diariamente pela manhã e à noite.

Além da exibição de filmes, a programação incluiu momentos de acolhimento institucional, rodas de conversa e reflexões mediadas sobre os conteúdos assistidos, com temáticas como racismo estrutural, justiça restaurativa, recomeços, educação e cultura.

Para o juiz Alexandre Machado, um dos titulares da 16ª Vara de Execuções Penais, a iniciativa reafirma o compromisso do Estado com a dignidade no sistema prisional.

“É com grande satisfação que a 16ª Vara participa desta mostra. É importante reconhecer o papel transformador que a cultura e o conhecimento exercem na vida do ser humano, especialmente daquele privado de liberdade”, afirmou Machado.

O magistrado também destacou o impacto subjetivo da mostra. “Essa prática cria nesse indivíduo um senso de pertencimento e o convida a uma reflexão sobre a própria história e sobre o futuro, que pode ser reconstruído. Afinal, onde há humanidade, há sempre possibilidade de renascimento”.

A pedagoga Priscilla Castro, integrante da equipe multidisciplinar da Vara explica que o trabalho foi construído em parceria com as equipes da 16ª Vara, Seris e Senapen, fortalecendo a proposta de educação em direitos humanos dentro do sistema prisional.

Segundo ela, para muitos dos participantes, essa foi a primeira experiência semelhante à de “ir ao cinema”. “A exibição em tela grande, com organização coletiva e posterior roda de conversa, representa uma novidade significativa no cotidiano das unidades”, ressaltou Priscilla.

A escolha dos filmes é orientada por um propósito pedagógico e social. As obras são escolhidas com o propósito de estimular o debate sobre direitos humanos, identidade, pertencimento, relações sociais, afeto, liberdade, preconceito e superação.

A programação contou com filmes como Confluências, Belos Carnavais, Hábito, Somos Terra e Marina não vai à praia, abordando temas como diversidade, memória, enfrentamento de desigualdades e reconstrução de trajetórias.

As sessões foram encerradas com a escuta das percepções dos participantes e registros das experiências vivenciadas, fortalecendo o papel da arte como instrumento de cidadania e ressocialização.

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