Wadson Regis

Quem acha não sabe de nada

Dr. Enéas: Este homem tinha razão

Política é o assunto do momento em todo o país. É Bolsonaro malhando o STF e todos contra Bolsonaro.

Em Alagoas a dúvida domina o bastidor. Por conta da estratégia de Renan Filho, que oscila entre a conclusão do mandato ou a disputa ao Senado, a pauta não avança pelos corredores do MDB, que não tem um nome definido para a disputa, independente da decisão do governador.

No grupo liderado por JHC, Rodrigo Cunha avançou no vácuo, impôs uma agenda com a estratégia do “nome limpo” e ganhou algumas casas na corrida.

Arthur Lira, que dorme e acorda com a pauta-bomba no colo, precisará coligar com alguém. Comandante de 40 e tantos prefeitos não lidera grupo, mas tem força para definir o pleito.

Marcelo Victor, protagonista da “Nova” Assembleia Legislativa, avançou de o mais confiável de todos para exímio articulador. Tem a seu favor o rumo da corrida eleitoral em caso da renúncia de Renan Filho.

Bem... sem novidades na calada da noite por aqui, falar dos rumos da política não é tarefa fácil. Daí alguns desavisados arriscam nas possibilidades.

Então, recordo 1994, no Espaço Cultural (antiga reitoria da Ufal). Eu era estudante de jornalismo e acompanhei o amigo Edmilson Teixeira (ET) para uma palestra do médico Enéas Carneiro, então pré-candidato a presidente do Brasil, pelo Prona, que em Alagoas era liderado pelo pastor Ildo Rafael.

Bem... após os oradores da noite, eis que chegou a vez de Ildo falar e em seguida Dr. Enéas fecharia o encontro. Ildo pega o microfone, agradece a presença de todos, olha para Enéas e diz: “Doutor Enéas eu acho que...” o elétrico pré-candidato quebrou o protocolo e o silêncio, tomou o microfone de Ildo e disse, em alto e bom som: “Pastor Ildo, quem acha não sabe de nada. Você tem que ter convicção”.  O auditório, lotado de apoiadores, quase veio abaixo com as gargalhadas.

Esse é um dos motivos da pouca produção nestes dias de incertezas.

EM TEMPO: Dr. Enéas chamou a atenção do Brasil com 15 segundos no guia eleitoral, mas não conseguiu chegar à Presidência. Tentou por três vezes, sendo 12º, em 1989; 3º, em 1994 (perdendo para FHC e Lula) e 4º, em 1998. Em 2002 se tornou o deputado federal mais votado de São Paulo, com 1,57 milhão de votos, só superado em 2018, quando Eduardo Bolsonaro atingiu 1.8 milhão de votos.


Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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