O governador de São Paulo é rotulado como o dono do PSDB. Nasceu da aposta de Geraldo Alkmin na capital paulista. Não só venceu no primeiro turno, com 53,29% dos votos, mas humilhou o PT, que tinha Fernando Haddad candidato à reeleição, náufrago com apenas 16,70% dos votos.

Dois anos depois, mesmo sem concluir o primeiro mandato de sua meteórica carreira política e também com o apoio de Alkmin, João Dória deixa a prefeitura para disputar o governo do Estado de São Paulo. Na reta final mudou de rota, trocando Alkmin pelo fenômeno Jair Bolsonaro. Na carona do “mito” venceu Marcio França (PSB), no segundo turno.

Já focando nas eleições presidenciais de 2022, o líder dos tucanos bancou e emplacou o deputado federal Bruno Araújo (PE) como presidente nacional do PSDB.

Bem... como governador João Dória rompeu os laços da fidelidade com Alkmin, virou rapidamente adversário de Bolsonaro e foi o primeiro a botar o bloco na rua rumo à sucessão presidencial. Volto a lembrar: nunca duvide de vencedores.

A rota de fuga dos aliados de João Dória tem muito do que está acontecendo em Alagoas, com Rodrigo Cunha. O protagonista das eleições de 2018 deixou pelo caminho Rui Palmeira, que lhe passou a presidência estadual do PSDB, não seguiu a orientação nacional do PSDB, de lançar candidatura própria na capital (daí perdeu o prefeito e todos os vereadores), destituiu a então aliada e deputada federal Tereza  Nelma do diretório da capital pela disputa à vaga de vice de JHC (PSB).

A estratégia de Rodrigo também matou Ronaldo Lessa, que engoliu a corda dos líderes do PDT para que abrisse mão de sua candidatura a prefeito de Maceió, em detrimento dos interesses do partido na coalizão entre PSB+PDT+REDE para as eleições presidenciais de 2022, inicialmente para eleger Ciro Gomes (PSB). Mas, espere aí! Como assim, Rodrigo trabalha para fortalecer o bloco que è contrário ao dono do PSDB? Fica apenas a pergunta e espero que alguém responda: o governador-presidenciável João Dória está sabendo das articulações do seu partido em Alagoas para fortalecer Ciro Gomes? Se sim, essa nova política é uma versão bem mais cruel da velha política. Vale lembrar que os tucanos de outrora conquistaram o Brasil.