Wadson Regis

Pegação de JHC com a Educação é um risco à sua eleição

Ainda com a bola do jogo para ser o mais votado no primeiro turno em Maceió, o líder em todas as pesquisas de intenção de votos, desde o ano passado, tem dois adversários muito próximos, que podem minar sua eleição: ele mesmo e o pai.  

Nada contra JHC querer se descolar e não se importar com o afago dos políticos tradicionais. Foi com esse discurso que ele venceu duas eleições para federal, inclusive com o título de mais votado do Brasil.

Caso com Maceió
O flerte de JHC com a capital virou namoro com a orientação do cientista político Aellison Batista, de que havia uma “brecha” na eleição majoritária de 2016, quando os favoritos eram Rui (candidato à reeleição) e Cícero Almeida (apoiado pelo blocão do MDB. Já bem conectado com o discurso da nova política, JHC ficou em terceiro e precisava, segundo os analistas políticos, de mais uma semana para enfrentar Rui no segundo turno.

A disputa, que não chegou a acontecer, foi a gota d’água na relação entre dois novos personagens da política alagoana, com Rui um passo à frente (por também ter sido estadual e federal e estar, por duas vezes, na cadeira que JHC quer). Essa rixa é um dos pontos que JHC precisa resolver dentro de si, para não se afogar na vala dos tradicionais, aqueles que prometem e mentem descabidamente para conquistar o voto.

Fake ou pegadinha
JHC tem uma pegação com a Educação. É inegável sua luta pelos precatórios do FUNDEF, algo que apenas ele acreditou. Se funcionar até 15 de novembro terá feito um golaço. Mas, uma coisa é defender os professores, outra, bem diferente, é criar caso onde não existe e claramente não precisa, como fez na sexta-feira, 14, pelo Instagram. “Recentemente fui procurado também pelos professores aprovados no concurso da Semed de 2017 e que nunca foram chamados. Estive em reunião com a comissão e reforcei meu compromisso em continuar defendendo os professores e a educação como ferramenta de transformação social. São compromissos que levarei comigo para qualquer cargo que exerça”. Esse “NUNCA” da frase foi o tempero desnecessário.

Há algum tempo ouvi uma entrevista com a secretária Ana Dayse, que destacava os investimentos na Educação e a entrada de novos professores na rede municipal. “Chamamos todas as 500 vagas previstas no Edital. Chamamos mais e já chegamos a um total de mais de 700, incluindo, também, outras categorias, como merendeiras e secretário escolar, entre outros. Não é verdade que a Semed nunca chamou ninguém!”.

Sombra de si
Neste imbróglio obtive a informação de que JHC, mesmo pré-candidato a prefeito de Maceió desde 2016, não tem R$ 1,00 de emenda para a Educação da capital. “Quem acompanha meu trabalho sabe que a educação e a luta pelos direitos dos professores fazem parte da minha história. O tão sonhado precatório do FUNDEF se torna uma realidade mais próxima depois de quase dois anos de luta”, disse o pré-candidato, pelo Instagram.

Cuidado com a sombra
Defender o FUNDEF é bem diferente de investir em educação. Cuidado com a fake news, JHC. 

Detalhe:
Optei por não ouvir JHC, sobre a informação do município, de que ele não tem um único centavo de emenda, para que exerça seu direito de resposta no caso de ter alocado recursos para a educação de Maceió.

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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