Wadson Regis

Em meio a blefes e fake news, todos à espera de Rodrigo Cunha

É interessante como algo publicado fora de Alagoas ganha peso e verdade por aqui. Não importa o tamanho do texto, tampouco a credibilidade de quem emite a tal notícia. Se está noticiado em Brasília ou São Paulo é sinal de veracidade. E não é... e nunca foi. Muito menos agora, com canhões midiáticos atirando para todo lado, geralmente com intenções que fogem do bom jornalismo, quase em extinção, como disse o presidente Bolsonaro.

Na seara política, 2020 será o ano de sabermos quem será o futuro prefeito de Maceió. Em Arapiraca, Delmiro, Marechal Deodoro, Palmeira dos Índios, Rio Largo, Santana do Ipanema e União dos Palmares, principais colégios eleitorais, os prefeitos vão à reeleição, certamente com algumas trocas de comando.

Na capital, principal colégio eleitoral do estado, o prefeito Rui Palmeira e o governador Renan Filho terão nomes na disputa. Mesmo com a boa aprovação de ambos, os puro-sangue não estão entre os favoritos, o que é interessante.

Por outro lado, Rui e Renan Filho têm expectativas de fazer o futuro chefe do executivo municipal da capital. Mas eles dependem, queiram ou não, do posicionamento do senador Rodrigo Cunha, presidente estadual do PSDB.

Já obtive a informação concreta de que a notícia da aliança selada do novo líder tucano com JHC não é verdadeira. São colegas, conversam bem (dentro e fora das quatro linhas) e o projeto político de ambos não diverge. Ou seja: tem tudo para ser o que dizem, mas tem muito mais que proximidade pessoal em jogo. E a questão é simples. O PSB nacional tem um alinhamento com o PDT, Rede e PV e não entra em pauta o PSDB, que terá candidato à presidência da república, em 2022. Por aqui você sabe, Rui Palmeira não aceita apoiar JHC, presidente estadual do PSB. 

Sendo assim, a definição de Rodrigo Cunha, por enquanto protagonista em início de carreira, é a mais esperada POR TODOS OS GRUPOS DOMINANTES, que realmente brigam pela cadeira de prefeito de Maceió. Será - acredite - uma eleição "rica" em detalhes.

Panorama
Rui Palmeira tem portas e janelas abertas para migrar ao Podemos ou Democratas (quando quiser). Se Rodrigo optar por JHC, a saída do prefeito é dada como certa.

Renan Filho já escolheu Alfredo Gaspar de Mendonça, que anuncia sua decisão no dia 5 de março. Não tire os olhos dele. MDB, PSDB, Podemos, DEM e até o PSL não estão descartados, também dependendo do posicionamento de Rodrigo.

Ronaldo Lessa vai à disputa independente da decisão de Rodrigo. Só que pode entrar no jogo como competitivo, brigando para ir ao segundo turno, ou favorito, no caso de Rodrigo aceitar a aliança com o PDT.

Davi Davino Filho é uma bolha explicável. Primeira opção de Marcelo Victor e uma banda da Assembleia Legislativa, também conta com o apoio de Arthur Lira e pelo menos mais dois nomes da Câmara Federal. Não tem capital político, muito menos envergadura para o debate, mas está grudado nos olhos de Cunha, porque o PSDB tem alianças com alguns dos parceiros do jovem deputado.  

Os demais nomes que já anunciaram candidatura - Ricardinho Santa Rita (Avante), Cícero Filho (PCdoB), Flavio Moreno (PSL) e Ricardo Barbosa (PT) – esperam apenas o passar das convenções para 30 dias de campanha e, finalmente, formar alianças possíveis no segundo turno (é assim mesmo que funciona e faz parte do processo).

Portanto, é esperar pelo tempo do tucano (sic). Não tenha dúvida que a decisão dele fará muita diferença no pleito.

Ps.: Veja o que é política nos tempos de hoje. Renan e Collor (os nomes mais expressivos da política alagoana) serão coadjuvantes no processo eleitoral). SINAL DE NOVOS TEMPOS.

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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