JHC exagera na dose de egocentrismo e ganha carimbo #fake2020

Ele é o mais jovem, o mais ousado e, de longe, muito mais conectado
que qualquer político alagoano, neste tempo de hiperconectividade.
Com sua jovialidade, João Henrique Caldas contagia a geração Z, como ninguém.
Sua ousadia colocou a Assembleia Legislativa de cabeça para
baixo e, de primeiro suplente, (nas
eleições de 2010) virou a voz do povo na, até então, Casa dos Escândalos.
Ps.: Para a garotada que não sabe, João
Henrique Caldas não venceu a eleição para deputado estadual. Ele entrou no
lugar de Almir Lira, que faleceu antes de tomar posse. E para o grande
público, a radicalização com os colegas da época se deu por um “acerto
não cumprido”. Magoado (e com
razão, afinal o combinado não é caro),
João Caldas (pai e mentor) colocou em prática seu grande plano de transformar o
primogênito no grito de Alagoas, em Brasília. Caldas Pai foi o grito do campo, quando deputado estadual, e o
grito de Alagoas, como federal. Vale destacar que foi um parlamentar acima da
média e também era uma promessa, mas sucumbiu nas urnas e virou pós-doutor em
articulação política, pelos sombrios corredores de Brasília.
Fenômeno
A juventude e ousadia, com discursos inflamados e um populismo refinado, transformou
JHC no deputado federal mais votado do país, em 2018. Estratégico, não há como
negar o êxito de seus mandatos na Câmara Federal.
O problema é que sua origem genética (para a política) não foi modificada e, assim como seus ancestrais – pai, mãe e avó – ele parece não ter o mesmo desempenho quando o assunto é comandar os destinos de um povo. Me entristece ter que citar aqui, mas todos os seus ancestrais tiveram problemas com a justiça quando comandaram a pequena Ibateguara, cidade-base do clã Caldas. Agora, JHC quer ser prefeito de Maceió.
Escorpião
Conheço os Caldas há muito tempo. Votei em pai e filho para federal e confesso
que não me arrependi e que eles corresponderam. Mas o DNA genético de João
Caldas, infelizmente, faz do filho um escorpião político. Depois de toda
problemática envolvendo mais de 17 mil famílias residentes no Pinheiro,
Bebedouro, Mutange e Bom Parto, eis que tudo parece se encaminhar para um final
sem tragédia. Moradores e comerciantes com a garantia de indenização. Foi um
trabalho lento, com praticamente nenhum engajamento político no início e a letargia
da Prefeitura e do Governo do Estado. Quando o assunto virou notícia na Record
TV (nacional) e no Fantástico, uma série de hospedeiros se alojaram nos
bairros. Teve comício, trio-elétrico pelas ruas, audiências públicas,
interdição de pista... o escambau.
Nesta sexta-feira, mais um capítulo chegou ao final, com o anúncio da Defensoria Pública do Estado (DPE), Ministério Público Estadual e Federal (MPE e MPF) e Defensoria Pública da União (DPU), dando conta do acordo firmado com a mineradora Braskem, para indenizar as famílias atingidas pelo afundamento de solo e risco de desabamento.
Se o resultado final não é o ideal, vale destacar o trabalho de dezenas de políticos, da Prefeitura de Maceió e dos governos estadual e federal. Foram letárgicos? SIM. Mas atuaram (antes tarde do que nunca e sem nenhuma morte). JHC, presidente da extemporânea Comissão Externa, criada Câmara Federal, atribuiu a ele, a vitória contra a Braskem. Da mesma forma que chama de sua a emenda com Marx Beltrão, de R$ 40 milhões, para a capital.
A nova política não precisa dos velhos costumes
que nos levaram ao final da fila do desenvolvimento e de todas as políticas
públicas.
Se JHC seguir nesse caminho, logo-logo ganhará o carimbo #fake2020.