Wadson Regis

Renan Filho + Benedito + Marx + Maurício + Arthur = Transformação (Copa Política vai eliminar destaques alagoanos e ameaça avanços)

Se Alagoas estivesse com sua malha ferroviária funcionando, o número de empresas chegando fosse igual aos hotéis constantemente inaugurados e pelo menos 50% da cambada de políticos – comprovadamente desonestos – estivessem banidos, eu ousaria dizer que seríamos o primeiro mundo do Brasil.

Por enquanto fica apenas no pensamento, mas Alagoas continua se mostrando um Estado que segue na contramão do que acontece no país. Neste momento, para melhor.

Senão, vejamos:
01 - Pela primeira vez em sua trajetória de 24 anos como senador, Renan Calheiros está na oposição. E logo quando o presidente é do seu partido, o MDB. Tudo bem, Renan sabe o que faz: virou inimigo número 1 de Michel Temer, que tem 1% de aprovação nacional, e conta com o respaldo da aprovação do governo de Renan Filho. O que Renan deixou de trazer para Alagoas, Renan Filho faz questão de esbanjar que o Estado, pela primeira vez, derrama realizações com recursos próprios.

Só aí já se percebe duas situações impensáveis: Renan fazendo oposição presidencial e o Estado caminhando com as próprias pernas.

02 – Se o governo de Michel Temer não tem aprovação da população brasileira, Alagoas não pode reclamar. Aos 76 anos de idade, o senador Benedito de Lira é um recordista e corre o risco de ser pego no doping, porque não para de anunciar e entregar realizações. De Benedito era esperado, porque sua marca é o trabalho. Mas e Arthur Lira? O deputado federal surpreendeu ao ponto de ditar as regras, na capital federal, ao ponto de indicar o presidente da Caixa Econômica e os ministros das Cidades e da Saúde. Quem, no mundo fantástico da política, diria que Arthur chegasse ao status de “Rei da Câmara”?  

3 – Agora imagine um alagoano novato, em voo próprio, chamar a responsabilidade diante de um grupo de jovens deputados e bater recordes como ministro do Turismo? Marx Beltrão surpreendeu o Brasil e empenhou muitos milhões de reais para Alagoas, que passou de 28 para 67 municípios no mapa do turismo.

4 – No quarto mandato como deputado federal Maurício Quintella, também em voo próprio, conquistou espaço no PR e virou uma espécie de Súper-Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Seu desafio para Alagoas era ligar a duplicação aos vizinhos Sergipe e Pernambuco. Não conseguiu e continuamos atrasados, mas avançamos muito e Maurício merece o reconhecimento do alagoano.

Conclui-se o seguinte:
No pior momento político, econômico e moral do Brasil, com o impeachment da presidenta Dilma, uma série de prisões e afastamento de políticos, por corrupção, estados ‘ricos’ como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e os vizinhos Sergipe e Pernambuco não conseguiram nem pagar as contas. Alagoas, de forma surpreendente, pegou a contramão da crise e prosperou. Os personagens principais do excelente momento vivido por Alagoas são: Renan Filho, Benedito de Lira, Marx Beltrão, Maurício Quintella, Arthur Lira e Renan Calheiros.  Como assim, Renan? É que Marx e Maurício aproveitaram o prestígio e destravaram emendas do adversário de Temer. Até nisso os ventos sopram favoráveis.

Prepare-se para a crise
As eleições deste ano podem marcar um novo ciclo para Alagoas. E talvez não seja dos melhores. Com exceção de Renan Filho (que ainda não tem candidato de peso para concorrer) e Arthur Lira (com bases sólidas e respaldo para puxar o segundo), Renan, Benedito, Marx e Maurício caminham para um duelo de gigantes, mas só dois (ou um, porque a candidatura de Rodrigo Cunha é crescente) continuarão (ou continuará) em Brasília.

Já pensou? Alagoas crescendo e a maioria dos principais personagens vai ficando só no cheirinho. 

Só em Alagoas, a terra da contramão

Talvez seja o momento de apertar o cinto.  

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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