Wadson Regis

A Arte da Guerra: Encontros secretos e ‘proibidos’ mudaram o caminho de Rui

Aos poucos a verdade vai sendo restabelecida, sobre os reais motivos que levaram Rui Palmeira a desistir de disputar as eleições deste ano. Os mais próximos sabem que o prefeito da capital tinha preferência pelo Senado, ainda mais com as desistências de Ronaldo Lessa e Teotonio Vilela.

A possibilidade do Senado enfrentava resistência dos líderes do PP no Estado, Benedito de Lira e Arthur Lira. Até aí, tudo bem. Com Rui no palanque, Benedito teria que dividir o bolo. Os mais próximos também sabem que Benedito queria exclusividade no palanque majoritário. Mais uma vez, natural, prudente e estratégico.

Aos poucos os líderes que se diziam oposição ao MDB foram mostrando as garras e exercitando as lições básicas, facilmente compreendidas no livro A Arte da Guerra, para muitos, a Bíblia da estratégia dos políticos. O tratado militar, escrito durante o século IV a.C. (Antes de Cristo) pelo estrategista Sun Tzu, tem treze capítulos abordando aspectos da estratégia de guerra, que devem ser postos em um combate racional. Até aí, tudo bem.

Só que a execução do aprendizado não é para qualquer um. Imagine uma arma nas mãos de um policial preparado e compare a mesma situação nas mãos de um criminoso. É aí onde tudo muda.

Episódio 1 - O alerta
Ao longo dos meses de silêncio e indefinição Rui Palmeira não tinha dúvida de que seria candidato, mas oscilava entre o Senado e Governo. Coube ao primeiro-ministro do tucano, o habilidoso Abraão Moura, a missão de tirar Rui do caminho ao Palácio República dos Palmares. Num evento local, em Paripueira, Barney, como também é chamado Abraão, anunciou que estava TOPADO COM RUI, mas um dos votos ao Senado era de Renan Calheiros. O anúncio do primeiro-ministro caiu como uma bomba na estrutura de Rui, mas era apenas um ataque de alerta aos amadores, que ainda duvidam de Renan.  

Episódio 2 – Os primeiros tremores
A base aliada de Rui, que conhece o perfil de Barney, sentiu que um novo ataque estava por vir e deu-se início à guerra interna, envolvendo personagens ligados diretamente a Rui, como Tácio Melo, Clayton Santos e respingo na base aliada da Câmara de Vereadores. Tácio caiu e a base rachou “internamente".

Episódio 3 – jogo de intrigas
O racha fez Benedito/Arthur (PP), Maurício Quintella (PR) e Thomaz Nono (DEM) começarem a agir nos bastidores. Eram três grupos infiltrados na base tucana para garantir espaço e sobrevivência política. Coube a Abraão Moura, na condição de primeiro-ministro e confidente de primeira ordem do soberano Guilherme Palmeira, as advertências sobre as possibilidades e riscos da saída de Rui do comando. Foi neste ponto que o assunto TRAIÇÃO entrou na pauta da estratégia.

Episódio 4 – A Arte da Guerra em ação
Com o tema traição em destaque os soldados da oposição e da própria base começaram a alimentar as redes sociais sobre os riscos de Rui. Foi aí onde o primeiro-ministro, discípulo faixa-branca de Renan, colocou em ação os ensinamentos do livro A Arte da Guerra e desmascarou o fogo-amigo que ameaçava seu líder. Quem não lembra da indireta de Mauricio Quintella nas redes sociais, reclamando por não ter sido convidado para uma inauguração no interior, alardeando que ali tinha um pedaço do seu trabalho? A resposta de Renan Filho foi: “não faltará oportunidade”. A de Maurício é clássica, mas os encontros secretos de Arthur Lira, intermediados pelo colega DE AMBOS deputado federal da Paraíba, Hugo Mota (MDB), com Renan Filho, é um mistério que Rui Palmeira guardou para deixar o “traidor” nu. Talvez seja por isso que Renan Calheiros tenha sido o primeiro a ser avisado por Rui, que não seria candidato A NADA. O  

Episódio 5 – O jogo não acabou (Ainda não disponível) 

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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