Wadson Regis

LEGADO é palavrão que político alagoano não pronuncia

Não interessa, pelo menos durante esta leitura, que você saiba a resposta. Ou respostas, caso tenha mantido a fidelidade a mais de um político. Mas você já parou para pensar no legado deixado por eles (as)?

O Brasil segue rasteiro em meio à maior crise econômica, política e moral de sua história. No momento atual, se pedirmos para o nosso representante atirar a primeira pedra, caso não tenha cometido nenhuma injúria para conseguir e/ou desfrutar do mandato, há risco eminente de constrangimento e decepção – É REGRA NACIONAL.

Mas não é só isso que os estudos qualitativos apresentam para o novo cenário político brasileiro, já em andamento com Geraldo Julio, reeleito prefeito do Recife, Alexandre Kalil, eleito em Belo Horizonte, e João Dória, na capital paulista – apenas alguns exemplos dos novos tempos.

Mesmo com a ajuda e poderio de seus “padrinhos” os três casos confirmam uma linha na curva da política das “antigas”, onde velhas raposas têm perdido espaço para vitoriosos na vida e nos negócios.

Os estudos também revelam que o eleitor não apenas cansou dos mesmos discursos, dos mesmos personagens. O que Alagoas não tem é protagonista com legado reconhecido pelos alagoanos. Em todo território nacional OS GRANDES contam-se nos dedos.

Por aqui deixo quatro nomes que, no meu ponto de vista, são os mais expressivos políticos da história dos 200 anos de Alagoas:

Guilherme Palmeira – Deputado estadual, prefeito de Maceió, governador e duas vezes senador. É ministro aposentado do Tribunal de Contas da União (TCU). Não foi o vice-presidente da República, no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, por conta de denúncias contra um assessor direto, por favorecimento a uma empreiteira.

Fernando Collor – Prefeito de Maceió, deputado federal, governador, duas vezes senador e primeiro presidente eleito pelo voto popular, após o regime militar.

Renan Calheiros – Deputado estadual, duas vezes deputado federal, três vezes senador, ministro da Justiça e quatro vezes presidente do Congresso Nacional.

Teotonio Vilela Filho – Foi três vezes senador e duas vezes governador.

Teotônio Vilela (in memoriam) – Chamado de Menestrel das Alagoas, foi deputado estadual, vice-governador e duas vezes senador. 

Eu não preciso responder, mas fica como primeiro exercício da semana descobrirmos qual o legado das figuras mais tradicionais da política alagoana.

Também não é demais pesquisar por Renan Filho e Rui Palmeira. Governador e o prefeito da capital já têm mais de 10 anos com mandatos.

LEGADO. Esta é uma palavra que – EM ALAGOAS – político não pronuncia. Passado limpo é outra história. Milhões em emendas são ossos do ofício.

Talvez não há melhor maneira para descobrirmos quem são os políticos que temos e, a partir daí, decidirmos se vale a pena permanecer com eles ou mudar para os novos aspirantes a protagonistas. Para os novatos devemos analisar, apenas, a lisura e o comprometimento com os respectivos mandatos – também não se assuste com o que vai descobrir.

AS PESQUISAS QUALITATIVAS ADVERTEM: Falar demais e prometer o céu já não garantem mandato – serve para velhas e novas raposas.

Em tempo: O Mestre Graciliano Ramos, como prefeito de Palmeira dos Índios, foi um ponto fora da curva na política. Também vale pesquisar. 

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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