Wadson Regis

Obras sociais, obras políticas, obras de papel e obradas. Na política há muita diferença

Tudo bem que LEGADO é palavrão que político não quer ouvir falar. Mas você já parou para pensar e refletir sobre as diferentes obras que os políticos deixam ao longo dos anos de vida pública?

Preste a completar 200 anos, Alagoas – como poucos imaginavam – pegou a terceira via pela esburacada longa estrada da vida. O governador Renan Filho chama de contramão da crise. Eu prefiro outra via, porque seguir na contramão – MESMO DA CRISE – é arriscado.

É prudente que sigamos pela terceira via, porque durante décadas ficamos a ver navios. O resultado foi o caos na saúde pública, o estado como líder em analfabetismo e último no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

O dinheiro vem aí
Observando os últimos episódios políticos, lá pelas bandas de Brasília, vi a imprensa nacional bater forte na tecla do “PULO DO GATO” de Michel Temer, que escapou do relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, depois, do plenário da Câmara Federal.

A Globo, principalmente, passou cerca de um mês alardeando que o Governo Federal estaria liberando, para os aliados, algo em torno de R$ 15 bilhões em programas e emendas a estados e municípios. Para Alagoas, que tem dois ministros (Marx Beltrão e Maurício Quintella) e o operacional senador Benedito de Lira, a bolada chegará com força antes do período eleitoral do próximo ano.

Daí podemos tirar algumas conclusões:
É notório que há canteiros espalhados por todas as regiões do Estado, na saúde, educação e obras estruturantes. Renan Filho chama sua agenda de insana, numa alusão ao ritmo acelerado para garantir ordens de serviço e início dos trabalhos. Pela agenda do governador os meses vindouros prometem uma revolução.

Se o dinheiro prometido pelo governo federal chegar para os aliados de Temer é preciso que o cidadão e a justiça observem, com olhos de águia, onde serão aplicados os recursos, porque o ano é eleitoral e o dinheiro vai chegar de rolo.

Obras de papel
Uma premissa que todo político sabe é que nunca faltou dinheiro público para Alagoas. Os recursos continuam chegando e alguns maus gestores trabalham duro para transformar milhões em obras de papel – aquelas que são projetadas, o dinheiro chega e, quando não retorna por falta do trâmite legal, é gasto para fins obscuros. São inúmeras as obras de papel com até 20 anos, algumas dadas como perdidas, que estão ganhando vida no governo atual.

Há, também, as obras políticas, aquelas onde o gestor gasta mais com a festa de entrega, regada a bebidas e bandas superfaturadas com dinheiro público. As obras políticas geralmente viram obradas (se é que me entende) que fedem quando a Polícia Federal e o Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) chegam, logo cedinho, para fazer a limpeza geral.

Tem muito dinheiro público rolando às vésperas das eleições de 2018. É bom ficar de olhos abertos para as obradas PRAXE em ano de eleição.

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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