Rozangela Wyszomirska é inocente. Ela eu sei que é, mas...
O
momento vexaminoso da médica Rozangela Wyszomirska, conduzida
coercitivamente pela Polícia Federal, pode acontecer com qualquer
pessoa de conduta ilibada. De temperamento forte e muitas vezes acima
do tom, a reitora da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas
(Uncisal) pode ter alguns adjetivos ao seu comportamento, mas tenho
convicção que está sendo vítima da caneta do gestor - por
isso corre o risco de ser responsabilizada e penalizada.
A família e os amigos sabem da idoneidade da ex-secretária estadual de Saúde. Eles sabem, mas os documentos não têm alma e os agentes da PF que a levaram para depor apenas cumpriram o mandado judicial.
Rozangela Wyszomirska deve pagar a conta pelo ônus do cargo, afinal, sua rubrica autorizou os serviços que estão no Portal da Transparência da Sesau.
Que Rozangela Wyszomirska não se beneficiou do dinheiro público tenho convicção. Agora, se fechou os olhos demais ou se confiou demais em quem não deveria aí é outra história.
As duas operações recentes na Sesau representam um contraponto negativo, num momento único de valorização à saúde pública no Estado, prestes a ganhar hospitais regionais, o Hospital Metropolitano e o Hospital da Mulher – entre outros investimentos já a serviço da população.
O planejamento para a saúde pública estadual será um marco na gestão de Renan Filho, mas precisará de muito mais – no presente e futuro próximo – para que tenhamos o mínimo de decência, quando precisarmos.
Quanto a Rozangela Wyszomirska, que não esconda nada ou seu legado de integridade não terá valido de nada. Também não sei se caberá delação (a saída da moda).
Em tempo: Quanto às investigações acredito que tenha havido malabarismo SIM. Afinal, as informações estão no Portal da Transparência.
Se a Controladoria Geral da União (CGU) e a PF tiverem o mesmo interesse que a turma de Sérgio Moro vem demostrando na Lava Jato, pode ir fundo, porque o buraco na Sesau – desde sempre – mostrará porque a Saúde de Alagoas chegou ao fundo do poço.
Por enquanto procuram-se os culpados pelo desvio de apenas R$ 172 milhões – segundos as investigações, só de 2010 a 2016.