Wadson Regis

Greve dos sindicatos será teste de fogo ou banho de água gelada em Maceió

Os sindicatos dos servidores públicos de Maceió preparam um grande ato e anunciam greve geral para os próximos dias. A turma – acostumada a parar tudo – cobra recomposição salarial e outros pleitos de menor importância.  Reivindicar é um direito garantido por lei e, por tanto, está resguardado.

O problema é o modus operandi e os interesses de quem comanda. O momento de reflexão não poderia ser mais oportuno, pois o 17 de julho de 1997 não deve ser esquecido. Ou melhor: precisa ser bem analisado pela turma do para tudo. Maceió e o Estado de Alagoas, pobres financeiramente, estão com as contas em dia, para fornecedores e servidores. O mérito é total dos gestores (que neste momento deixemos a política de lado).

Há estados, capitais e municípios, em todas as regiões, com dificuldade e ainda parcelando salário. Em outros tempos Alagoas certamente estaria no bolo.

Diferente do último governo de Divaldo Suruagy e do momento atual estamos pulando uma fogueira que está queimando até a alma de quem ajudou o Brasil a andar na contramão.

Não é hora de baderna. É determinante que os cabeças de mamute que utilizam sindicato para fazer auê se desarmem e tenham o mínimo de respeito ao povo.

Estão aí Caixa, Bradesco, Itau e Petrobras com os programas de demissão voluntária. Em tempo de crise sem precedentes o serviço público brasileiro – que paga mal – ainda é a segurança para milhões.

Se a ainda pouco badalada greve geral dos servidores de Maceió for um fiasco – como aparenta ser – será o primeiro teste de fogo regado a banho de gelo pós reforma trabalhista. Talvez os sindicalistas do contra tudo precisem deste teste para lavar a alma.

Reivindicar SEMPRE, mas respeitando os direitos e limites dos outros. Se a máquina parar, aí sim, teremos problema - talvez sem precedente.

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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