Estamos tão acostumados a chamar político de corrupto e ladrão, que quando uma manchete sensacionalista como esta é publicada logo vem a certeza de mais uma estripulia do gestor público. Ela (a estripulia) pode até estar acontecendo, mas no caso em questão a investigação tem professores como alvo. É uma pena, mas é verdade.

A prova dos 9 sairá nos próximos dias e deverá garantir o equilíbrio na gestão do prefeito de Capela, Adelmo Calheiros, que está preocupado com a queda no repasse à Educação e ciente de que, se continuar como está, a conta não fechará em dezembro. 

Após reuniões para encontrar uma solução ele descobriu que há indícios de irregularidade na folha da Secretaria Municipal de Educação. O prefeito decidiu capitanear uma minuciosa auditoria porque há professores e outros servidores recebendo em vários municípios. Que tem manobra ele já sabe, mas quantos são e quanto custa aos cofres públicos só após o cruzamento de folhas, que acontecerá com outros municípios.

“Não é caça às bruxas. Capela, assim como os demais municípios, tem sofrido com a queda de repasse na Educação. Tomei conhecimento de que há professores e outros servidores atuando em vários municípios e é meu dever, como gestor, solicitar auditoria”, argumenta o Adelmo Calheiros.

Me disse o prefeito que a metodologia será simples: vai fazer o recadastramento dos servidores municipais, pedir que cada um assine do próprio punho onde trabalha ou se só atua em Capela, solicitar declaração do Imposto de Renda e acionar a Receita Federal para que as informações sejam confrontadas. “Quem tiver irregular, recebendo em vários municípios, pediremos que escolha onde onde deseja atuar. Sobre as penalidades que por ventura sejam necessárias é com o setor jurídico”, explicou o prefeito.

Para que o cruzamento de folhas seja necessário o prefeito capelense vai contar com o apoio dos colegas, principalmente dos municípios do Vale do Paraíba, além de Rio Largo, onde ele já sabe que há servidor da Educação recebendo.

Infelizmente a possibilidade da lista ser extensa é real. Felizmente o equívoco (vamos chamar assim) será desfeito.

Ao prefeito, que apenas cumprirá o dever de gestor responsável, fica o bom exemplo, que deve ser seguido por todos (as).