Marx Beltrão decola rumo ao Senado

O
ministro Marx Beltrão vestiu uma das camisas do senador Renan
Calheiros e esqueceu da vida social com amigos e a família. O
resultado do 'investimento' em sua candidatura ao Senado está na
publicação da pesquisa do instituto Compset,
devidamente
registrada no
TRE-AL, com o número 06664.
A pesquisa, fruto da parceria com o portal cadaminuto, representa – pelo menos esta é a minha opinião – a realidade mais aproximada do momento para o cenário com os nomes postos ao eleitorado de Maceió, Região Metropolitana, Agreste, Sertão, Baixo São Francisco e Litoral Norte.
Realizada entre os dias 29 de junho e 1° de julho o Compset ouviu 1800 eleitores. A margem de erro é de 2,31% e confiança de 95%.
Dos números a surpresa para a opinião pública é Marx Beltrão. O ministro do Turismo tem andado e montado base em todas as regiões. Aos aliados Marx sempre diz que o relatório do seu monitoramento interno diverge com os apresentados nas 'pesquisas' anteriores – nenhuma até então registrada no TRE.
Sobre vestir a camisa e esquecer a vida social, explico: Marx foi o primeiro político alagoano, no exercício do mandato, a anunciar pré-candidatura a outro cargo. Eleito deputado federal, o ministro se posicionou para o Senado e ousou quando disse que fica no PMDB se tiver vaga garantida numa dobradinha com Renan Calheiros. Bem articulado e com credibilidade política bem acima da média, Marx tem cumprido uma agenda insana para chegar no percentual apresentado na pesquisa do Compset.
Com relação à camisa de Renan Calheiros é um trocadilho porque todos sabem que o senador, que vai em busca do quarto mandato ao Senado, é o político que mais trabalha em Alagoas – literalmente falando. Claro, sem dia e hora para descanso, a vida social acaba prejudicada. Mas Renan faz isso desde 1978, quando foi eleito deputado estadual.
As
interrogações e correções a serem observadas na amostra
Sem querer tumultuar, mas fazendo uma advertência, é importante que seja corrigida a informação do cadaminuto de que “os cenários foram definidos com base em candidaturas declaradas publicamente”.
A primeira delas é que o prefeito Rui Palmeira jamais indicou um passo à frente sobre a possibilidade de candidatura ao governo. Quem vem dando esse indicativo é o deputado federal JHC, inclusive declarado por Ronaldo Lessa, coordenador da bancada federal. É uma questão a ser observada e que pode mudar os percentuais, que colocam Renan Filho com 37%, contra 26% das intenções de voto de Rui Palmeira. O cenário é tão prematuro que a soma de indecisos (22%) e branco e nulo (16%) supera a opção pela reeleição do governador.
A segunda é a ausência do nome de Ronaldo Lessa ao Senado. Ele mesmo disse que a possibilidade existe e depende da composição a ser feita no futuro. Ronaldo está na linha de frente das intenções de voto em todas as amostras anteriores – digamos piratas, já que não foram registradas.
Sem o nome de Ronaldo Lessa, o Mestre Renan Calheiros aparece na liderança, com 27%, seguido de Teotonio Vilela Filho (26%), Marx Beltrão (25%) e Benedito de Lira (20%).
Este cenário também aponta para um percentual preocupante: 32% dos entrevistados disseram não votar em nenhum deles.
Ou seja: há muita água a passar por baixo da ponte.