Wadson Regis

NOTÍCIA URGENTE! Gravação mostra escândalo em Maceió

Que legenda você daria a esta imagem?

Calma! A notícia é nova, mas o problema é antigo. Ele tem causa, consequências e responsáveis – e são muitos.

Com 1478 boxes de comercialização de hortifrutigranjeiros, abatedouros, marisqueiras e até artigos medicinais, o Mercado da Produção de Maceió é o que se pode chamar de crime hediondo e formação de quadrilha.

Não precisa detalhar muito sobre a situação do local. Como culpar os outros geralmente é o melhor caminho e cobrar deveres quando não se respeita o direito é regra, deixarei as imagens gravadas por um comerciante do lugar, que reivindica das autoridades locais – governador, senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores – uma solução. O desespero chega ao ponto do comerciante pedir ajuda a Luciano Hulk (do Caldeirão do Hulk, da Globo). Que coisa!

Nesta segunda-feira chuvosa o Mercado da Produção ficou alagado e as imagens chocam a quem assistir pela primeira vez. O Mercado da Produção é uma vergonha e um risco à saúde e à vida de quem comercializa e frequenta.

No dia 17 de janeiro deste ano o Ministério Público do Estado (MPE) ajuizou uma ação pública, com pedido de liminar, para a interdição total do mercado no prazo de 10 dias. O motivo era, justamente, a falta de condições higiênico-sanitárias mínimas na comercialização de alimentos, de segurança aos comerciantes e por ameaçar tanto a saúde pública quanto o meio ambiente.

O pedido do MPE foi com base nos relatórios técnicos do Corpo de Bombeiros e da Vigilância Sanitária de Maceió, que apontaram como principais problemas do equipamento público as contaminações e propagação de infecções, ausências de acomodação condizentes para a comercialização dos produtos postos à venda e a falta de fiscalização quanto à má manipulação deles.

O laudo também apontou para a necessidade de prevenção de desastres no local, como incêndios, situações de pânico e desabamentos e do cuidado com o meio ambiente, em especial diante do descarte irregular de resíduos, que causa degradação ambiental. Em virtude do quadro encontrado, Bombeiros e a Vigilância recomendaram ao Ministério Público Estadual a interdição total do prédio.

Pois é. Cobrar é o caminho, mas é resultado da causa. Os efeitos não queremos ver, porque poderemos estar contando a história de vítimas – seja por problemas de saúde ou desastre.

O Mercado, mesmo sem condições – desde sempre – continua funcionando. As imagens chocam e os comerciantes cobram, mesmo sabendo dos riscos, inclusive da vida de terceiros. Estes, por sua vez, aceitam a situação e frequentam o mercado.

O que dizer?



* Com informações da Ascom do MPE

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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