Wadson Regis

“Consternado”, JHC comete 'um crime' contra Alagoas

O deputado federal JHC (PSB) usou a tribuna da Câmara, nesta semana, para falar dos números da violência em Alagoas. Utilizou dados divulgados pelo querido Ricardo Mota, a quem citou como fonte.

JHC fez seu dever de cobrar, mas cometeu crime, contra o Estado, quando apenas divulgou os números e insinuou a “galopante” onda de violência. “E eu fico a me perguntar o porquê a tentativa falida do governo de sempre utilizar nosso dinheiro, os recursos públicos, para propagar de forma farta como se a violência em Alagoas estivesse diminuindo. Propaganda cara, paga com nosso dinheiro”, disse, da Tribuna.

Eu questiono ao Governo de Alagoas qual o método utilizado de combate a violência. Se eles utilizam assistência social, o emprego a renda, se ele utiliza a Educação. Porque o que nós estamos vendo lá é um projeto sem nenhuma transparência”... Nós não sabemos qual é o método utilizado e, por tanto, fica difícil a população pode ajudar, se engajar e saber quem está por traz do plano cartesiano, daquelas mortes, daqueles números”, acrescentou JHC, alardeando que “mês passado um boeing caiu em Maceió no número de assassinatos”.

Já disse aqui antes que votei em JHC para federal. Posso dizer que não me arrependo. O conheço de menino, pela amizade que tive com seu pai, o não menos polêmico ex-deputado João Caldas da Silva.

Entendo como natural a cobrança, o relato dos números expressivos, afinal são 765 assassinatos em 4 meses, sendo que 107 são adolescentes. JHC e toda bancada federal sabem que o Governo do Estado tem investido não só em Segurança Pública, mas em ações direcionadas a formar novos cidadãos. Ele também sabe que temos pelos menos mais uma geração perdida para o tráfico, que amedronta o país.

Faço a defesa ao Governo do Estado porque os investimentos em escolas em tempo integral e a construção de 100 ginásios poliesportivos são evidências claras e urgentes. Não há remédio imediato para um problema 'antigo' nacional, que ganha proporções avassaladoras em todo país, com destaque para localidades pobres.

Defendo o alerta e a cobrança do deputado, mas discordo de trechos do discurso (que segue em anexo) quando evidencia o estado de 'guerra' e não fala dos investimentos, que só ele diz não enxergar.

Alagoas segue na contramão da crise, com salários em dia e obras pra todo lado. É num momento como este que precisamos dizer não ao oportunismo mesquinho e a arrogância de quem cisca para fora.

Afirmar que Alagoas é um Estado violento é espantar o turista e, consequentemente, diminuir as oportunidades de trabalho no carro-chefe da nossa economia.

A violência social que mata e preocupa pais de família alagoanos é extremamente mais voraz que a criminalidade de crimes de mando, assaltos e latrocínios, por exemplo.

A minha preocupação é maior porque não vejo perspectiva e esperança nesses jovens que hoje nascem em Alagoas, tentam sobreviver e ter uma oportunidade no futuro. Então faço um apelo ao Governo do Estado de Alagoas, a Prefeitura Municipal... para que possam socorrer estes jovens que agonizam pelas calçadas do nosso querido Estado de Alagoas. Estes dados revelam uma triste realidade do nosso povo e eu estou aqui mais uma vez consternado e aqui me esforçando para poder dar a resposta que o povo de Alagoas merece. Nós precisamos agir com firmeza, nós precisamos agir com contundência, sem nos omitir, sem negligenciar esses números que são revelados hoje pra nós”, parte do discurso sem demagogia, que avalio com proveitoso. 

SE NÃO FOI CRIME É PORQUE NÃO CAIU NENHUM BOEING EM ALAGOAS.


Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

Arquivos

Selecione o mês