Wadson Regis

Se até o TJ brinca de fazer Justiça, então vamos zoar

Os “bons velhinhos” do Tribunal de Justiça de Alagoas precisam dar bons motivos a seus netos, para que seus bisnetos digam na escola do futuro, que seus avós foram desembargadores exemplares.

Mas é preciso que os “bons velhinhos” do Tribunal de Justiça de Alagoas façam isso, logo, porque se passar de 3 de abril serão tachados de tudo o que não presta, principalmente pela família do bancário Dimas Holanda, morto com nove tiros, no dia 3 de abril de 1997, no Santo Eduardo, em Maceió.

O deputado João Beltrão é acusado de ser o mandante do crime, que pode prescrever se os “bons velhinhos” do Tribunal de Justiça não tiverem o mínimo de respeito com a família e a sociedade e, mais uma vez, esvaziarem o Pleno, justamente no dia do julgamento da denúncia contra Joao Beltrão.

No dia 14 de março de 2017 a falta de quórum no Tribunal de Justiça de Alagoas abriu espaço para um novo vexame para a Casa que deveria julgar, exemplarmente, as denúncias contra pretos, pobres, putas e políticos.

Vale como referência

Lembro da história – VERDADEIRA – contada numa roda de amigos, por um conhecido e competente urologista, que recebeu a visita de um temido paciente, em seu consultório, para o famoso exame da próstata. O médico, mesmo amigo, tentou de todas as maneiras evitar o constrangedor toque retal, até que o paciente disse, de forma direta: FULANO, você está com medo de fazer essa porra? O doutor disse: homi, tenha calma, não é assim, chegar e querer fazer não. Há outros procedimentos. Deixe de brabeza.

Moral da história. O paciente entendeu que teria que seguir as normas até fazer o teste, que felizmente deu negativo.

No Tribunal de Justiça os “bons velhinhos”, notáveis desembargadores, precisam entender, compreender e aceitar que é preciso seguir as normas para que o resultado seja o real. Afinal, eles estão lá, até a aposentadoria, justamente para esse tipo de serviço.

O Ministério Público Estadual diz que João Beltrão mandou matar Dimas Holanda. O deputado, por sua vez, nega a acusação. Se até o dia 3 de abril os “bons velhinhos” continuarem fugindo, o crime prescreverá e a dúvida, certamente, pode matar muita gente.

A sabedoria popular é clara: Em muitos casos, o que mata é a dúvida.

19 anos de espera, não são 19 dias.

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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