Wadson Regis

Marx Beltrão "também" está decidido a deixar o PMDB

O 555 está e todo lugar, nos telefones e nas placas de carros dele e dos principais aliados à sua campanha

O ministro do Turismo, Marx Beltrão, filiado ao PMDB, mas com domínio direto em cinco partidos em Alagoas, não precisa mais de confirmação sobre sua candidatura ao Senado. Na semana passada, durante entrevista a França Moura, na Rádio Correio, ele deixou claro que esse é o Plano A.

Voltando um pouco no tempo, no dia 3 de março do ano passado, no encontro do PMDB, no Hitz Lagoa da Anta, em Maceió, Ainda como deputado federal, Marx deu o primeiro sinal de que sua candidatura estava posta. “Muitos me perguntam se sairei do PMDB, se vou para o PSD. Estou muito satisfeito com o PMDB, que sempre me fortaleceu, desde quando fui prefeito de Coruripe, por dois mandatos e, agora, como deputado federal. Todos sabem que meu foco para 2018 é uma das vagas ao Senado e quero fazer dobradinha com esse homem aqui (Renan Calheiros). Se o partido me garantir essa oportunidade, claro que não tenho motivo para sair”, disse Marx, num tom ostensivo e direto, aos olhares do então vice-presidente Michel Temer, do presidente estadual do partido, Renan Calheiros, do governador Renan Filho, além de centenas de prefeitos e pré-candidatos às eleições de 2016.

Depois daquele dia muita coisa mudou. Temer virou presidente e Marx Ministro. O novo líder da família Beltrão entende que consegue voar sozinho. Está determinado a arriscar um futuro que parece promissor, mas pode pecar na dose. Ou pode fazer história.

O PMDB não é só o maior partido do Brasil; é o partido do presidente da República, do presidente do Congresso Nacional, do governador de Alagoas etc e tal.

Aprendi, há muito tempo, que enfrentar um inimigo maior, mais forte e pronto para qualquer batalha é uma tentativa lenta de suicídio (neste caso, político).

Marx dificilmente voltará da decisão que já tomou. O que precisa ser mensurado, agora depois da folia, é como ficará seu exército do 555.

Para os que ainda não acreditam na saída de Marx do PMDB, basta observar a seguinte pista: os telefones de Marx e até o WatsApp terminam em 555, assim como os números da maioria dos aliados mais próximos. Até as placas dos veículos da tropa de choque terminam em 555.

Poucas palavras ou três números bastam para mostrar que o ministro do Turismo também já decidiu que sairá do PMDB.  

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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