Wadson Regis

Homem de missão, Biu de Lira vem aí, outra vez, ao governo

Benedito de Lira está credenciado para enfrentar Renan Filho

Não há como negar a capacidade e força de trabalho do senador Benedito de Lira (PP). No dia 1 de maio ele completa 74 anos, dos quais meio século dedicado à política. Quem conhece sabe que o menino humilde, que saiu de Junqueiro para ganhar a vida na capital, chegou longe demais.

Benedito, ao seu modo, foi vereador da capital, presidente da Câmara, com destaque ao assumir o Executivo interinamente, deputado estadual, deputado federal, senador e QUASE GOVERNADOR. Esse quase, me disse um amigo em comum, continua engasgado na rouca garganta do polêmico, às vezes hilário, mas exímio articulador.

Lembro muito bem, no lançamento da pré-campanha de Benedito ao Governo, quando o então governador Teotonio Vilela disse para a plateia, que lotou o Famíglia Giuliano: “Quem mais trouxe recursos para Alagoas fui eu, mas digo aqui, sem medo de errar, que o Benedito me superou. Esse homem não para”. Naquele momento, os que duvidavam tiveram certeza que Téo apoiaria Benedito, mas o Tucano blefou e Biu perdeu o primeiro round.

Para quem circula na política ficou claro que o anúncio de Eduardo Tavares, como candidato do então governador, abalou a candidatura de Benedito, que perdeu força e aliados. A campanha de Biu também foi amadora e o próprio candidato desastroso em todos os debates. Não era a hora do "bom velhinho".

Eis que, agora, Benedito volta a ficar na mira de um tucano: Rui Palmeira. Muito se especula sobre sua candidatura ao governo, o que duvido. Rui tem tudo para continuar seu protagonismo, mas sua obra não estará pronta em mais um ano como prefeito. Saber esperar é premissa base de um líder. O tão instigado duelo entre Renan Filho e Rui dificilmente será no próximo ano.

Sem Rui na disputa não há outro nome de peso para enfrentar Renan Filho, que não seja Benedito de Lira. Por motivos diversos, inclusive o direito à revanche, ele está posto no xadrez. Claro, não esqueci dos demais nomes, mas dificilmente alguém terá coragem de missão. Talvez seja a hora de Benedito e ele não fugirá à luta - se preciso for.

Em tempo:

Teotonio Vilela se assanha para voltar ao Senado;
Ronaldo Lessa também corre pelo mesmo trecho;
Fernando Collor não arriscaria mais um confronto incerto;
Marx Beltrão já se posicionou ao Senado;
JHC, ainda em construção, brigou com o mundo e ficaria só;
Rodrigo Cunha deve ir para a Câmara Federal

Se Rui não for candidato em 2018, não será por falta de coragem, mas porque o futuro está bem ali.

Só lembrando: O Plano A de Benedito é o Senado. Mas o Plano A1 (não o B) é a revanche.

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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