Wadson Regis

Com sede, população da Zona da Mata começa pedir socorro

Imagem chocante do Rio Mundaú, em União dos Palmares (Ivan NUnes)

A Zona da Mata Alagoana vive o início de uma de suas maiores secas. A calamidade pelo liquido precioso, há décadas, no Sertão, começa a assustar famílias que chegaram a perder tudo, com grandes enchentes.

A região, rica em água, com cidades cercadas e banhadas por rios, como Mundaú, Caçamba e Paraíba, está começando a sentir os efeitos da falta de chuva e pagar o preço pela inexistência de planejamento de seus gestores.

Em União dos Palmares, onde passa o Rio Mundaú, o prefeito Eduardo Pedrosa já decretou estado de calamidade. O rio sofre sua pior vazão e há rodízio no fornecimento de água para todos os bairros. Murici, que fica mais abaixo, também começa sentir os efeitos e também já há rodízio.

No Vale do Paraíba, que faz parte da Zona da Mata, a população e os agricultores de Viçosa pedem socorro. A situação é ainda mais preocupante porque foi construída uma barragem para desviar água do Rio Caçamba, para Palmeira dos Índios, que também sofre, há anos, com o abastecimento.

Nesta sexta-feira, 16, está publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) o decreto de situação de emergência em Viçosa. O prefeito Manoel Vilela argumenta a redução de chuvas e a diminuição do nível dos rios, açudes, barragens e poços. Ontem foi realizada uma audiência pública, na Câmara de Vereadores, mas apenas cinco pessoas representaram toda população.

A cidade de Capela, que recebe água pelo Rio Paraibinha, está há 22 dias sem água. O rio está com o volume no limite e, para piorar, técnicos da Casal foram à cidade nesta sexta-feira e descobriram que o motivo da calamidade nas torneiras foi motivado porque o IRRESPONSÁVEL por acionar o registro da torneira, NÃO O FEZ.

É evidente que o problema está apenas começando, justamente porque não há planejamento nos municípios. Os gestores foram acostumados a esperar pela natureza, mas esqueceram de fiscalizar e proibir queimadas, devastação e invasão de áreas de preservação.

O povo, que hoje começa a sofrer na Zona da Mata, é o mesmo que deu as costas, durante anos, para todo tipo de crime ambiental. Também é o mesmo povo que ganhou casas após as tragédias das enchentes de 1989, 2000 e 2010, só para citar as mais recentes.

Com a natureza, amigo (a) a Justiça nunca falha, nem tarda. Tudo acontece no tempo do Criador.

QUER 2 EXEMPLOS?
Veja quantas pessoas foram à audiência pública em Viçosa.

Por que só agora reclamaram que desviaram água do Rio Caçamba para abastecer Palmeira dos Índios?

Em Viçosa as lontras estão morrendo por conta da irresponsabilidade dos homens que comandam os desmandos. Será que não é um aviso divino?

Ah, lá em Pindoba um fazendeiro fez uma barragem para se apropriar da água do Rio Porongaba e a situação também começa a pegar. Que tal ir lá?

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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