Operação Lei Seca: uma colmeia a salvar vidas

Sábado
passado, lá pelas 3 horas da madrugada, por curiosidade, tive a
oportunidade de acompanhar, à distância, uma blitz da Operação
Lei Seca, conduzida por integrantes do Detran/AL e Policia Militar.
Cheguei no início da blitz e logo tive a ideia que está no conceito de colmeia, que empreguei na manchete deste post, no sentido de organização do trabalho. Parou de uma só vez cerca de 40 integrantes da operação, com nove viaturas e, como se tivessem participando de um ensaio, cada um foi tomando sua posição. Uns colocaram viaturas viradas para a frente da rua, outros foram armando a tenda, ligando computadores, testando os equipamentos e fazendo as canalizações. Em 10 minutos veio a ordem: começar!
De repente já havia 10 pessoas na fila fazendo o teste. Na pista, 20 policiais militares se revezavam nas ações de abordagens e de segurança contra possíveis fugas. Os veículos já eram monitorados muito antes de chegar ao ponto central da blitz e, depois dela. Presenciei as pessoas sendo paradas com muita educação e atendendo as solicitações para o teste sem problemas. No escritório da blitz, em uma Van adaptada, uma dezena de servidores do Detran preparavam as documentações e finalizava toda burocracia para regularizar as situações flagradas, consultas ao sistema e formação do banco de dados estatísticos.
Claro que em uma situação de abordagem sempre há os mais exaltados ou fora do tom. Houve, pelo menos que vi, três tentativas de fuga, todas sem sucesso pela ação da preparada e conectada equipe de segurança. Tive a oportunidade de ver os veículos retornarem ao local com seus respectivos condutores já fora do volante. Vale salientar que dois destes chegaram a pegar contramão de uma grande avenida, nas proximidades da blitz. Não deu certo. Chegavam cabisbaixo se desculpando.
Como sabemos, são quatro as situações possíveis para quem é abordado nestas operações. Fazer o teste com resultado negativo; fazer o teste positivo e dependendo da dosagem ser conduzido à presença da autoridade policial; recusar o teste aparentando condições aceitáveis e, por último, recusar o teste sem condições aceitáveis. Nesse último caso a recusa sugere a lavratura do chamado “termo de constatação de embriaguez”, que vem a ser um documento lavrado pelo agente de trânsito que identifica os visíveis sinais de embriagues. Neste caso o condutor também é conduzido para o Departamento de Polícia. Das quatro possibilidades, apenas a primeira hipótese deixará o condutor livre da multa, no valor de R$ 2.934,70. Convenhamos, não vale a pena beber e dirigir.
Também observamos que, para o caso de constatação de embriagues ou recusa, o veículo pode ser liberado para condutor habilitado, indicado pelo infrator. E aí vem uma situação interessante. Geralmente quem vem liberar é o pai, a mãe, a esposa ou um amigo. Invariavelmente, quando o parente chega para receber a chave do veículo a reação é de severidade com o infrator e congratulação com a equipe operacional da Lei Seca. São apertos de mão, com agradecimentos e até declarações do tipo: “belo trabalho, que continuem assim”.
Tive, também, a curiosidade de identificar o perfil dos integrantes da Lei Seca. A operação é coordenada pelo Ten/PM Emanuel, com participação de vários servidores do Detran, graduados e soldados da PM. Já sabia, pois havia postado aqui, que a grande maioria dos PMs têm curso superior ou cursam e, dentre os servidores do Detran, há vários formados em direito, administração, administração pública e pedagogia. Com um time desses está explicado a grande aceitação popular e eficiência dessa operação. A vida agradece.
Este post é, na verdade, um breve relato do que vi numa operação de rotina da lei Seca. Perguntei ao amigo Sérgio Ronaldo, servidor de carreira do Detran, se é possível qualquer cidadão acompanhar uma operação. A resposta foi rápida: Seria o maior prazer, pois tenho certeza que cada um levaria a melhor impressão possível”.
Quem topa?