O barulho do buraco 'Fantástico' e o silêncio da estabilidade

Jornalista bem informado é outra história. Jornalista mal informado não tem estória ou história para contar. Por isso, assistir ao Fantástico (Globo) e Domingo Espetacular (Record) são programas garantidos nas noites de domingo.
Durante anos, e há pouco tempo, se tivesse
notícia ruim na 'telinha', principalmente dando conta de maus exemplos
na administração pública, lá estava Alagoas como destaque.
Até o ano passado, por exemplo, éramos o Estado mais violento do País. Maceió também era a capital mais violenta. Sem falar nos escândalos em algumas prefeituras, como União dos Palmares, Viçosa e São Luiz do Quitunde, todas em nível de Brasil. Preocupante!
Aqui faço uma consideração à proposta de governo de Renan Filho. Meta e missão número 1: investir na Segurança Pública. Sob o comando do promotor Alfredo Gaspar de Mendonça a polícia não só foi às ruas, como passou a ter planejamento de ações. O resultado pouca gente sabe, mas Alagoas deixou a liderança no item violência.
O segundo ponto atacado pelo atual governo foi promover um rígido, mas eficaz ajuste fiscal. Renan Filho trouxe do Rio de Janeiro o conceituado George Santoro. Com vasta experiência na pasta da Fazenda, ele fez cara feia, mas tirou do governador o peso de estarmos hoje no mesmo patamar - ou pior – do Rio de Janeiro e Sergipe, só para citar dois EX-prósperos estados, que amargam dias difíceis - hoje e, certamente, amanhã.
Os dois itens apontados como meta nos dois primeiros anos do governo de Renan Filho foram alcançados. Alagoas está longe de ser uma maravilha, assim como os encantos que a natureza nos proporcionou, mas está no caminho da estabilidade, para que tenhamos dias melhores e aceitáveis. É um bem que não faz barulho ou o barulho que faz não chega aos ouvidos do povo.
Diferente do silêncio do bem, provocado pela estabilidade do Estado, um pequeno buraco, medindo 2 x 2 metros, na Ponta Grossa, mais precisamente no cruzamento das ruas Formosa e Cabo Reis, virou manchete no Fantástico, o programa de maior audiência da televisão brasileira.
Que Alagoas segue no caminho certo a gente aplaude, mas querer comparar Alagoas com o Japão aí é pedir demais. Pois é, para quem não assistiu ao Fantástico do último domingo, a reportagem mostrou o conserto de uma cratera numa cidade japonesa, em apenas 7 dias.
No Brasil mostraram uma cratera em São Paulo e o 'fantástico' buraco da Ponta Grossa. Lá, em 7 dias, estava tudo pronto e funcionando, aqui, o buraco completou dois meses e, para piorar, Francisco Beltrão, da Casal, culpou a burocracia brasileira para tanta demora. Disse que licitação não se faz do dia para a noite. Ele tem toda razão, mas se ficasse calado seria muito melhor. Estamos falando de um buraco – agora 'fantástico' - não de uma cratera.
Se o problema é bem maior que a dimensão de 4 metros quadrados, que a assessoria explique e avise à população, que revoltada interditou a rua.
Temos
um buraco 'Fantástico' e a culpa é da burocracia. E o Tadeu Schmidt
ainda teve a coragem de perguntar: Por que a gente não consegue fazer
igual aqui no Brasil?