Ações da Uveal batem recorde de interesse. Por que será?

Com 61% de aproveitamento e adimplência
de apenas 50%, a União dos Vereadores de Alagoas (Uveal) é a
entidade política que mais cresce – no item interesse –
às vésperas do final de ano e da eleição para a futura gestão da
entidade que representa os legislativos municipais.
Mas há um motivo para tanto alvoroço. A Uveal, que tem somente 63 Câmaras filiadas e cerca de 50% pagam em dia o repasse mensal, procura um lugar ao sol para ganhar representatividade. Maceió, por exemplo, não é filiada. Se a capital não valoriza sua entidade não se pode cobrar o mesmo dos vereadores das outras 38 Câmaras, que não reconhecem a Uveal como entidade que os representa.
Diferente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), onde há 100% de participação e integração entre seus associados, a Uveal, que aglomera o maior (no quantitativo) número de políticos com mandato em Alagoas, amarga a falta de engajamento dos próprios 1.083 vereadores eleitos pelo povo.
Em janeiro, ou fevereiro, não há data, ainda, haverá eleição para composição da nova gestão. Entre os nomes que despontam, dois polarizam o pleito: Edinho (Coruripe) e Anizão (Murici), ambos do PMDB. Eles são do mesmo partido, mas de correntes “políticas” diferentes.
Edinho, que está no sexto mandato, é apoiado pelo atual presidente, Hugo Wanderley (prefeito eleito de Cacimbinhas, também pelo PMDB) e pelo grupo político da família Beltrão, com reforço dos Pereira. É o mesmo grupo que luta pela presidência da AMA.
Já Anizão, que está no quinto mandato, tem sido, ao longo dos anos, a figura mais representativa dos vereadores de Alagoas. Ex-diretor da União dos Vereadores do Brasil (UVB) e da própria Uveal, é ele quem representa o Estado na maioria dos eventos em nível de Brasil. A aliança para uma aclamação de chapa está difícil de acontecer.
Os vereadores precisam compreender que é hora de sair da guarda dos prefeitos. Legislativo e Executivo são poderes diferentes, com missão e visão distintas. A Uveal precisa crescer e se consolidar como entidade representativa. A indicação de grupos políticos, por interesses próprios, não ajuda neste ponto.
A disputa pelo comando da Uveal é uma briga interna entre nomes do PMDB. Diferente do que acontece para a composição da nova diretoria da AMA, pelo menos até agora, o senador Renan Calheiros e o governador Renan Filho não se posicionaram sobre o pleito.