Wadson Regis

Tensão entre Renan e Rui pode implodir a AMA

O clima entre o senador Renan Calheiros (PMDB) e o prefeito Rui Palmeira (PSDB) pode tornar inviável a existência da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA).

A saída para que não haja o colapso na entidade que representa os prefeitos será encontrar um nome de consenso, que agrade aos grupos políticos. A polêmica, desta vez, está sendo gerada pelo prefeito da capital. Rui já disse que não aceita nenhuma imposição (palavra dele) do grupo liderado pelo presidente estadual do PMDB.

Até agora são três correntes trabalhando nos bastidores. Uma com a junção das famílias Beltrão e Pereira; outra com a indicação de Hugo Wanderley (PMDB de Cacimbinhas), que tem a simpatia do senador Renan Calheiros. A terceira corre por fora, com a indicação passando por Rui Palmeira e Rogério Teófilo, prefeito eleito de Arapiraca.

O imbróglio está na indicação. Beltrão e Pereira estão afinados com o PMDB e teriam maioria para eleger o novo (a) presidente. Eles defendem o nome de Pauline Pereira (PSDB de Campo Alegre) ou Jeannyne Beltrão (PRB de Jequiá da Praia). Na pior das hipóteses, resolve para este grupo, Rosiana (PMDB de Feliz Deserto). O detalhe é que Rosiana, que já presidiu a AMA aboliu o sobrenome “Beltrão” mas continua transitando muito bem na família. Ela é, na verdade, a queridinha de muitos, inclusive de Renan Calheiros. Esse é o entrave.

Por conta dos últimos acontecimentos, Rui Palmeira já fechou questão com Rogério Teófilo de que não aceitará indicação do PMDB ou de grupo afinado com Renan. A saída, me garantiu uma fonte ligada a Rui, será encontrar um nome, que pode ser do próprio PMDB, mas que não seja, nas palavras da fonte, uma imposição do comando do PMDB.

Fala-se em Marcelo Lima (PMDB de Quebrangulo) e Jarbas Omena (PSDB de Messias). Não é campanha paralela para ambos. Me disse a fonte que um dos dois acaba com o impasse. Marcelo e Jarbinhas transitam muito bem com os Renan's.

A disputa, que pode inviabilizar a entidade está, por enquanto, no campo pessoal. A eleição da AMA, que há mais de uma década vem sendo no consenso, não será tarefa simples para os grupos políticos que estão se formando. Digo formando, porque com o fim das eleições municipais é hora de remontar o cenário para 2017, que 2018 chega já.

Confio na fonte que me passou a informação e vou expor aqui, porque não vejo como justo inviabilizar uma entidade que há muito representa sua classe. Por lá já passaram Fernando Collor, Ronaldo Lessa, Benedito de Lira, entre outros destaques da nossa política.

A informação é segura. Se não houver consenso o bloco liderado por Rui e Rogério vai se desligar da AMA e trabalhar para a criação de uma nova entidade. Já falam até em Federação dos Municípios Alagoanos (FMA).

Só um detalhe: Sem os repasses de Maceió e Arapiraca as contas da AMA não fecham. Ser associado é uma decisão do prefeito, portanto, é melhor evitar um colapso antes que seja tarde.

Que a partes sejam maiores que suas pequenices.

Wadson Regis

Wadson Regis

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Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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