Fato novo é estratégia para ganhar eleição no voto, não no tapetão

A coligação “Pra Maceió Voltar a
Crescer”, que tem Cícero Almeida (PMDB) como candidato a prefeito,
ingressou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL), na sexta-feira,
14, com mais uma ação contra Rui Palmeira (PSDB).
Desta vez os advogados do peemedebista alegam que a Prefeitura de Maceió fez contratações de pessoal no mês de setembro, o que é proibido por lei. Caso a ação seja julgada procedente Rui fica inelegível.
Bem, esse foi o teor da tão propagada entrevista coletiva anunciada pela assessoria de Almeida para esta segunda-feira, 17.
Os protagonistas da coletiva foram os excelentes advogados Luciano Guimarães e Marcelo Brabo. Excelentes, mas não mágicos.
Quem circula no meio político sabe muito bem que um bom escritório jurídico pode fazer um estrago gigantesco numa eleição; imagine dois bons escritórios. Pois foi o que aconteceu no final da manhã desta segunda-feira. Luciano Guimarães e Marcelo Brabo tornaram público mais uma ação contra a coligação adversária, mas com uma carta na manga e uma informação realmente bombástica, porém sem chance de prova.
A
carta na manga é transformar a denúncia como sendo um fato novo da
eleição. Fatos novos são perigosos em qualquer situação. Neste
caso o fato novo está mais para tapetão. Ora, qualquer pessoa tem o
livre arbítrio de denunciar o que bem entender. O problema é que
até que se prove o contrário muita água foi pro brejo.
Se
o jurídico entende e tem provas de nomeações fora do prazo
permitido pela Justiça Eleitoral, que denuncie. A lei precisa ser
cumprida. Mas e se a coligação de Rui provar que a denúncia é
infundada? Bem... isso é para a justiça decidir.
Agora vamos à bomba da entrevista coletiva. Os advogados disseram que as nomeações certamente mudaram os números da eleição. Alegam que Cícero estava à frente nas pesquisas até as nomeações. Peraí! Desconheço – mas posso está enganado – qualquer pesquisa registrada e divulgada onde Cícero apareça na frente de Rui. Lembro que a primeira dava empate técnico.
Outra estratégia é induzir que as nomeações influenciaram no resultado. Será que Rui Palmeira nomeou mais de 93 mil novos servidores em setembro? Sim, porque a diferença foi de 90.098 votos.
Para a justiça, senhoras e senhores, se houve apenas uma nomeação extemporânea, já é o suficiente para pedir a inelegibilidade do candidato. Agora argumentar que as nomeações (se é que existiram) mudaram os números da eleição aí é fazer mágica.
Desculpe os nobres advogados, mesmo entendendo que faz parte do jogo político, mas tenho a impressão que a dose foi demais.
PS>: Aqui não é defesa de ninguém. Se houve contratação irregular e a Justiça decidir que existiu crime eleitoral, que os culpados paguem na forma da lei.