Wadson Regis

Pânico no Shopping Pátio mostra a realidade das ruas nos grandes centros de compras

Shopping ainda é um dos locais mais seguros para a diversão, mas prevenção é falha

As cenas de extremo desespero acontecidas na noite da quarta-feira, 12, no Shopping Pátio, em Maceió, mostram mais uma vez o quanto vulneráveis somos nos grandes centros de compras, seja shoppings, supermercados, hipermercados ou no calçadão da capital.

A correria, seguida de pânico após dois homens discutirem e um deles apontar uma arma no meio da praça de alimentação do Shopping Pátio, também já aconteceu no Maceió Shopping. No comércio e nas grandes redes de supermercado tem sido comum cenas de correria, motivadas por ações com pessoas armadas no interior dos estabelecimentos.

São lugares com esquema de segurança definido. Há homens de preto, com ternos, gravatas e rádios por toda parte. Estão ali para manter a ordem e coibir pequenos furtos – que acontecem mesmo assim.

E porque ficamos tão vulneráveis em meio a tantos homens de preto? Na minha opinião é porque não há esquema de segurança preventiva. Claro que colocar detector de metais nas portas de acesso aos shoppings, supermercados e lojas do Centro seria um transtorno, parecido com o que acontece nas portas giratórias de bancos.

Não há como identificar, no meio da multidão que circula nos centros de lazer e compra, quem está armado. É aí onde começa a vulnerabilidade da pessoa, que sai de casa para fazer compras, pagar contas ou ir ao cinema. Não há prevenção. Há reação. É fato.

Os homens de preto estão ali para reagir a qualquer ação, seja por roubo ou discussão, como aconteceu no feriado da quarta-feira.

Em tudo na vida devemos nos precaver de algo que possa nos afetar. A saúde é um grande exemplo daquilo que a maioria não faz, como ir ao dentista ou fazer um check-up pelo menos a cada seis meses.

Na segurança dependemos do outro. Talvez seja por isso que segurança pública é o calo dos governos em todo país.

Estamos vulneráveis, sim. Faz tempo ou desde sempre. Devemos ficar em casa? Não é o caso. Cobrar dos governos, dos empresários ações preventivas? É o caminho mais óbvio, no momento.

Mas o problema é que crescemos vendo tudo isso acontecer e só nos damos conta que a próxima vítima pode ser um de nós, quando passamos pelo que aconteceu no Shopping Pátio.

Na quarta-feira, feriado, shopping cheio, muita gente correu sem rumo, correu para o banheiro, para dentro de lojas, para fora do shopping. Muita gente deitou no chão e outros embaixo das mesas.

Se você não estava no shopping, não viu as cenas e não sentiu o corpo tremer, desculpe, mas pode acontecer com você a qualquer momento.

NÃO HÁ PREVENÇÃO; HÁ REAÇÃO. A NOSSA REAÇÃO É CORRER. A PREVENÇÃO É DEITAR NO CHÃO.

Wadson Regis

Wadson Regis

Sobre

Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.

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